terça-feira, 20 de dezembro de 2016

VERTIGEM E LABIRINTITE
Você sabe o que são vertigem e labirintite? São sinônimos? São coisas diferentes? A LACliM vai tirar as suas dúvidas e ainda vai te dar alternativas de tratamento.
Primeiramente, vertigem é uma tonteira rotatória, ou seja, é um sintoma que pode estar presente em várias doenças. A labirintite é uma dessas doenças, trata-se de um processo agudo, que geralmente ocorre após uma infecção respiratória e além de vertigem também causa náuseas, vômitos e instabilidade de marcha sem perda auditiva. 
O tratamento pode ser feito com glicocorticoides, anti-heméticos, bloqueadores dos canais de cálcio e manobras vestibulares. As medicações são amplamente utilizadas, principalmente por idosos, pois são facilmente adquiridas em farmácias. Os bloqueadores de canais de cálcio, como a Cinarizina e Flunarizina são os mais utilizados, mas o que poucos sabem é que seu uso prolongado pode induzir parkinsonismo e depressão, e por isso é fundamental acompanhamento médico. As manobras vestibulares, por sua vez, não são muito conhecidas, mas possuem índices de cura próximos a 100%, principalmente quando realizadas várias vezes. Consitem na realização de determinados movimentos com a cabeça que alteram o líquido presente dentro dos nossos ouvidos para poder corrigir a causa das tonturas, pois nosso ouvido é o centro do equilíbrio do nosso corpo
Outra doença em que a vertigem é o principal sintoma é a Vertigem Posicional Paroxística Benigna (VPPB), que, como sugere o nome, causa episódios de vertigem que dependem da posição. Ela acontece devido a liberação de cristais de carbonato de cálcio no líquido do nosso ouvido, o que causa um desbalanço em relação ao ouvido contralateral, provocando a sensação de vertigem. Muitos médicos tratam essa doença com medicamentos, mas o tratamento mais eficiente é também realizado com manobras vestibulares. 

As manobras utilizadas no tratamento das doenças citadas nesse texto são: Manobra de Dix-Hallpaike, Manobra de Epley, Manobra de Semont e Manobra de Brandt-Daroft. Clique nos links para ver como essas manobras são realizadas detalhadamente, mas, antes de realizá-las, consulte seu médico para saber qual delas é a mais indicada e adequada para você
Ligantes André e Lilia
LINKS:

Manobra de Dix-Hallpaike: https://www.youtube.com/watch?v=P2Jdb8h9MHo

Manobra de Epley: https://www.youtube.com/watch?v=IJT6jnuQSEE

Manobra de Semont: https://www.youtube.com/watch?v=H0OrY44mL_E

Manobra de Brandt-Daroft: https://www.youtube.com/watch?v=laRHBIN-tgY

Leituras Recomendadas: http://www.scielo.br/pdf/anp/v59n2B/a31v592b
http://www.ufjf.br/nates/files/2009/12/062-073.pdf







quinta-feira, 8 de dezembro de 2016

TUBERCULOSE

A tuberculose é uma doença infecciosa, ou seja, transmitida por um microrganismo, que pode ocorrer em vários locais do corpo, mas que em mais de 85% dos casos ocorre nos pulmões. Esse microrganismo é um tipo especial de bactéria, também conhecido como bacilo de Koch, em homenagem a Robertto Koch que identificou o Mycobacterium tuberculosis em 1882.
A tuberculose é uma doença de grande importância no Brasil, uma vez que nunca foi erradicada. Nos países industrializados como Estados Unidos, Inglaterra, Dinamarca, Holanda, Alemanha, entre outros, ela tinha praticamente acabado. No entanto, lá pelo início dos anos de 1980 houve um aumento, para números alarmantes, do número total de casos dessa doença. Além disso, em algumas regiões do mundo, houve um preocupante aumento de casos de tuberculose que não se consegue curar com os medicamentos habituais e que é chamada de tuberculose multi resistente.
O diagnóstico inicial ajuda muito no tratamento, por isso fique de olho ao aparecimento dos principais sinais e sintomas. Existem os sintomas gerais, que todos os pacientes com tuberculose tem em maior ou menor intensidade como febre (sobretudo a tardinha), perda do apetite, emagrecimento, cansaço crônico e desânimo. Podem ocorrer ainda os sintomas específicos, que dependem do local em que a pessoa tem a tuberculose. Uma vez que o local mais comumente acometido pela tuberculose são os pulmões, o sintoma específico mais comum é a tosse seca ou com catarro persistente.



Em 10 a 15% dos casos, a tuberculose acomete outro local do organismo que não o pulmão. É a chamada tuberculose extra-pulmonar. Os locais mais comumente atingidos depois dos pulmões são a pleura (que é uma membrana que reveste os pulmões) e os gânglios linfáticos (que quando inchados são conhecidos como “ínguas”). Podem ainda ocorrer tuberculose na meninge, nos ossos, nos rins, no intestino, enfim, em todos os órgãos.

O diagnóstico pode ser feito por qualquer médico, por isso se você suspeitar procure o seu clínico geral. 

Vamos explicar agora os principais exames utilizados para confirmar a suspeita: 

BACILOSCOPIA DO ESCARRO 
A baciloscopia direta do escarro é o método principal no diagnóstico e para o controle de tratamento da tuberculose pulmonar por permitir a descoberta das fontes de infecção, ou seja, os casos bacilíferos (pessoas que tem a tuberculose ativa e que são capazes de transmitir). Trata-se de um método simples, rápido, de baixo custo e seguro para elucidação diagnóstica da tuberculose, uma vez que permite a confirmação da presença do bacilo no escarro. 
A boa amostra de escarro é obtida após esforço da tosse (expectoração espontânea).
O exame de baciloscopia de escarro deve ser solicitado aos pacientes que apresentem: 
• Tosse por duas a três semanas (sintomático respiratório);
• Suspeita clínica e/ou radiológica de TB pulmonar, 
independentemente do tempo de tosse; 
• Suspeita clínica de TB em sítios extrapulmonares (materiais 
biológicos diversos).
Para a coleta do escarro é muito importantes seguir as orientações abaixo: 
- ao despertar pela manhã, lavar bem a boca, inspirar profundamente, prender a respiração por um instante e escarrar após forçar a tosse. Repetir essa operação até obter três eliminações de escarro, evitando que esse escorra pela parede externa do pote. 
- o pote deve ser tampado e colocado em um saco plástico com a tampa para cima, cuidando para que permaneça nessa posição. 
- lavar as mãos. 

Procure o posto de saúde mais próximo, pois eles podem te ajudar nesse momento da coleta! 

RADIOLÓGICO 
A radiografia de tórax é método diagnóstico de grande importância na investigação da tuberculose.
Diferentes achados radiológicos apontam para suspeita de doença em atividade ou doença no passado, além do tipo e extensão do comprometimento pulmonar. 
Deve ser solicitada para todo o paciente com suspeita clínica de TB pulmonar. 

PROVA TUBERCULÍNICA (PT)
A prova tuberculínica consiste na inoculação intradérmica (na pele) de um derivado protéico do M. tuberculosis (partes da bactéria) para medir a resposta imune celular a estes antígenos. É utilizada, nas pessoas (adultos e crianças), para o ver se a pessoa está infectada pelo M. tuberculosis. Na criança também é muito importante como método coadjuvante para o diagnóstico da TB doença.

Com a confirmação do diagnóstico é muito importante que as pessoas que tiveram contato com o doente sejam examinadas e acompanhadas!
A tuberculose tem CURA e o tratamento usual é feito com é feito com 4 drogas na fase de ataque (2 meses)do tratamento com isoniazida, rifampicina, pirazinamida e etambutol. Na fase de manutenção (quatro meses subseqüentes) utilizam-se rifampicina e isoniazida. Este tratamento dura 6 meses e leva à cura da doença, desde que haja boa adesão ao tratamento com uso diário da medicação. O tratamento deve ser diretamente observado (TODO) , isso significa que um profissional da equipe da unidade de saúde observa a tomada da medicação do paciente desde o início do tratamento até a sua cura. Esta estratégia, também, oferece maior acolhimento ao doente, melhor adesão com aumento da cura e redução de abandono ao tratamento.Todo paciente com Tuberculose deve receber este tipo de tratamento.
Ligantes Felipe e Sabrina
Referências Bibliográficas: 

sexta-feira, 2 de dezembro de 2016

 ANEMIA FALCIFORME




Anemia falciforme é uma doença hereditária causada por uma alteração na hemoglobina – proteína presente nas hemácias – em que há substituição do aminoácido ácido glutâmico por valina, caracterizando a chamada hemoglobina S. Essa mudança genética causa uma alteração nas hemácias (glóbulos vermelhos) tornando-as parecidas com uma foice, daí o nome falciforme. 
Devido esse processo de falcilização, a hemácia não conseguirá desempenhar a sua função de oxigenação e desoxigenação, além de possuir um tempo de vida menor (em média de 10 a 20 dias na circulação, enquanto a hemácia normal dura aproximadamente 120 dias), gerando várias repercussões no organismo. Dentre elas podemos citar: anemia hemolítica, lesões nos tecidos, crises aplásicas, crises dolorosas, úlcera de perna, infecção, inflamação, crise vaso oclusiva, sequestro esplênico, acidente vascular cerebral, hipertensão pulmonar e priapismo.
A expressão clínica da hemoglobina S é muito variável, com alguns pacientes tendo vida quase normal, sem crises, enquanto outros sofrem crises graves desde os primeiros meses de vida, podendo morrer no início da infância ou quando adultos jovens.
A detecção da alteração é feita através do exame eletroforese de hemoglobina. O teste do pezinho, realizado na triagem neonatal proporciona a detecção precoce de hemoglobinopatias, como a anemia falciforme, e assim um cuidado precoce deve ser realizado visando a prevenção de complicações da doença. 
A doença não possui cura, mas tratamentos profiláticos para minimizar as apresentações clínicas são fundamentais para garantir uma melhor qualidade de vida. Incluem evitar desidratação, anoxia, infecções, estase da circulação, resfriamento da pele, tratamento com imunização, ácido fólico e penicilina. As drogas indicadas são paracetamol, antiinflamatório não hormonal, opiáceos, hidroxiuréia e transfusão de sangue.





SE LIGA!!

Anemia falciforme x Traço falciforme!

A doença é caracterizada por uma herança genética autossômica recessiva. Isso significa que para ter a doença a pessoa necessita receber um gene de hemoglobina S do pai e da mãe.
O Traço Falciforme significa que a pessoa herdou de um dos pais o gene para hemoglobina A (que é a normal) e do outro, o gene para hemoglobina S, ou seja, ela é AS. As pessoas com Traço Falciforme são saudáveis e nunca desenvolvem a doença. No entanto, podem gerar filhos com doença falciforme se o outro genitor (pai ou mãe) tiver um gene alterado também.

Ligantes Hemanuelly e Pamela

Leitura Sugerida:
Protocolo de Atenção à Saúde Anemia Falciforme:
http://portalpbh.pbh.gov.br/pbh/ecp/files.doevento=download&urlArqPlc=protocolo_anemia_falciforme_CP.pdf

Referências Bibliográficas:
CANCADO, Rodolfo D. et al. Protocolo clínico e diretrizes terapêuticas para uso de hidroxiureia na doença falciforme. Rev. Bras. Hematol. Hemoter. [online]. 2009, vol.31, n.5, pp.361-366.
ZAGO M.A, PINTO A.C.S. Fisiopatologia das doenças falciformes: da mutação genética à insuficiência de múltiplos órgãos, 2007. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/rbhh/v29n3/v29n3a03> Acesso em: 18 mai. de 2015.





segunda-feira, 28 de novembro de 2016

 INTERAÇÃO MEDICAMENTOSA: ANTICONCEPCIONAL. 

Qual seu método de evitar a gravidez? Usa contraceptivo oral? Então vem com a LACliM entender quais remédios podem dificultar a ação do seu anticoncepcional!

O uso de medicamentos constitui uma das principais vertentes de tratamento para a grande maioria das doenças reconhecidas pela medicina atualmente. A descoberta de substâncias capazes de produzir efeitos no corpo humano favoráveis em determinadas condições de saúde, sem dúvida, proporcionou um grande avanço da expectativa de vida na espécie humana, seja pela prevenção de agravos de saúde, seja pela minimização de danos e risco de morte aos doentes. 
Não são raros os casos em que um indivíduo tenha que fazer uso contínuo de mais de uma medicação para uma única doença ou mesmo apresente mais de uma doença que requerem uso de várias medicações. Além de depender da doença, da condição de saúde do paciente e do grau de adoecimento, a prescrição médica também leva em consideração as possíveis interações entre diferentes tipos de fármaco. As chamadas interações medicamentosas, definidas como alterações nos efeitos de um medicamento em razão da ingestão simultânea de outro medicamento ou substância (incluindo alimentos), não só afetam o tratamento da doença, pela perda ou modificação do efeito terapêutico, como também podem causar danos à saúde do indivíduo, por meio da formação de compostos deletérios ao organismo. 
Um exemplo muito comum de interação medicamentosa que afeta diretamente a vida das mulheres envolve o uso de anticoncepcionais orais. A taxa de insucesso dos contraceptivos orais combinados, independentemente do uso concomitante com outros fármacos, é de 1%, quando administrados de forma regular e adequada, ou seja, a medicação deve ser ingerida todos os dias, sempre no mesmo horário. Porém, a utilização de anticoncepcionais orais destinados à prevenção de gravidez tem ação sabidamente modificada por algumas classes farmacológicas de antibióticos e anticonvulsivantes.

No ano de 1971, ocorreu o primeiro relato de fracasso dos contraceptivos orais (CO) quando do uso concomitante de Rifampicina, antibiótico de amplo espectro, utilizado no tratamento da tuberculose, levando então a estudos para identificar os mecanismos que justifiquem esse efeito. Eles são:

1. O aumento da excreção urinária ou fecal do CO, pela redução da flora intestinal bacteriana causada pelos antibióticos, o que resultaria em diarréia antibiótico-induzida. 

2. Farmacocinética: interferindo na biotransformação do CO. Os hormônios da pílula são absorvidos no trato gastrointestinal, caem na corrente sanguínea e passam pelo fígado, onde parte do estrogênio é transformado em compostos inativos. Esses compostos se misturam à bile e voltam ao trato gastrointestinal, onde parte sofre ação de bactérias gerando estrogênio ativo que pode ser reabsorvido aumentando o nível do hormônio circulante no sangue e garantindo o efeito contraceptivo. Logo, o uso de antibióticos que destroem bactérias intestinais levaria a diminuição de estrogênio ativo no sangue.

Além dos antibióticos, outros fármacos também são capazes de alterar a função de anticoncepcionais orais, por exemplo, fenitoína, carbamazepina, oxcarbazepina, barbitúricos e topiramato, que podem alterar enzimas hepáticas afetando a metabolização de CO.
Diante dessas informações sobre a existência das interações medicamentosas, especialmente quanto ao uso de contracepção oral, fica fácil entender a importância de se consultar o médico antes de usar qualquer medicação ou substância, como também a relevância de sempre informar seu médico sobre todos os medicamentos que você usa. Assim, na próxima vez que você for a seu médico, pergunte a ele se o tratamento de alguma comorbidade sua pode alterar o funcionamento do seu anticoncepcional; em caso de dúvida, use camisinha!
Ligantes Douglas e Sarah.

Referências Bibliográficas: 
SOUZA, Fabiane Ribeiro, et al. Associação de antibióticos e contraceptivos orais. Salvador: Rev. Ci. méd. biol, 2005.
MATOS, Helen J., et al. Estudo da interação medicamentosa entre anticoncepcionais e antibióticos em alunas do centro universitário Estácio de Sá de Santa Catarina. Santa Catarina: Revista Eletrônica Estácio Saúde, 2014.
Goodman & Gilman. As Bases Farmacológicas da Terapêutica. , Ed. Guanabara Koogan , 10a Edição Mc Graw-Hill (2003) ou 11a edição, 2005
GOLAN, David E. Princípios de farmacologia: a base fisiopatológica da farmacoterapia. 2. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2009







segunda-feira, 21 de novembro de 2016

OBESIDADE



A obesidade já se tornou uma das mais importantes epidemias do mundo moderno, sendo considerada um dos problemas mais comuns do estilo de vida atual. Engana-se quem a trata apenas como um problema estético ou de aceitação social. A obesidade é uma doença com mortalidade proporcional ao grau de sobrepeso. Quanto maior, mais grave. O excesso de peso ou a obesidade grave é um fator de risco crucial no desenvolvimento de muitas doenças crônicas. Assim, o obeso tem mais propensão a desenvolver problemas como hipertensão, doenças cardiovasculares, diabetes tipo 2, entre outras.
A prevalência da obesidade vem aumentando em praticamente todo o mundo, o que a torna um assunto crucial. No Brasil, cerca de 18 milhões de pessoas são consideradas obesas. Somando o total de indivíduos acima do peso, o montante chega a 70 milhões, o dobro de há três décadas. Assim, devido a estes números assustadores, a Organização Mundial de Saúde caracterizou a obesidade como um dos maiores problemas de saúde pública no mundo.

Mas afinal, o que seria obesidade exatamente? 

A obesidade é caracterizada pelo acúmulo excessivo de gordura corporal no indivíduo. Para o diagnóstico em adultos, o parâmetro mais utilizado comumente é o do índice de massa corporal (IMC).O IMC é calculado dividindo-se o peso do paciente pela sua altura elevada ao quadrado. É o padrão utilizado pela Organização Mundial da Saúde (OMS), que identifica o peso normal quando o resultado do cálculo do IMC está entre 18,5 e 24,9 e obeso quando o IMC está acima de 30. Clique no link a seguir e descubra o seu IMC pelo site da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia - http://www.endocrino.org.br/teste-seu-imc/
A causa da obesidade é complexa e multifatorial, resultando do patrimônio genético da pessoa, ambiente, estilos de vida, como os maus hábitos alimentares e o sedentarismo, fatores emocionais, dentre outros. Porém, o fato de haver forte influência genética na obesidade não indica que esta seja inevitável, devendo-se pôr em prática todos os esforços para tentar adequar o peso e realizar, assim, um importante trabalho preventivo, numa condição ligada a tantos efeitos deletérios em curto, médio e longo prazos.

Então, como tratar a obesidade?

Os avanços ocorridos em relação aos conhecimentos sobre a obesidade não foram acompanhados de grandes progressos no que se refere ao seu tratamento. Muitas estratégias de emagrecimento têm sido tentadas, mas, via de regra, perder peso e mantê-lo são extremamente difíceis na maioria dos casos. A perda de peso sempre dependerá de um balanço energético negativo, consequente à menor ingestão alimentar em relação ao gasto calórico. Assim, esta situação é alcançada com a combinação de uma redução da ingestão alimentar e do aumento da atividade física. 
Além disso,como já sabemos, a obesidade é uma doença multifatorial e complexa, desse modo, o controle dos fatores ambientais se faz necessário para combatê-la e preveni-la.No tratamento da obesidade deve-se objetivar, não só a perda de peso, mas também a correção dos fatores de risco cardiovascular, dependentes da resistência à insulina. A ideia de se reduzir o peso corporal de indivíduos obesos para valores consideráveis normais, através de dietas com conteúdo calórico muito baixo, vem sendo substituída por condutas que levam a um objetivo menos ambicioso e mais realista, pela impossibilidade de se conseguir, a longo prazo, atingir e manter o peso ideal na maioria dos casos.Não existe nenhum tratamento farmacológico em longo prazo que não envolva mudança de estilo de vida. Há várias opções de tratamento para a obesidade e o sobrepeso. Quanto maior o grau de excesso de peso, maior a gravidade da doença. Assim, a escolha do tratamento deve basear-se na gravidade do problema e na presença de complicações associadas, como a diabetes tipo 2, hipertensão arterial e dislipidemia.
Desse modo, considera-se sucesso no tratamento da obesidade a habilidade de atingir e manter uma perda de peso clinicamente útil, que resulte em efeitos benéficos sobre estas doenças associadas. O sucesso em longo prazo depende de constante vigilância na adequação do nível de atividade física e de ingestão de alimento, além de outros fatores, como apoio social, familiar e automonitorização. 

Idealmente, deve-se estabelecer o grau de obesidade no qual se aceita a intervenção com medicamentos em cada população, mas os critérios aceitos são: 

1) IMC de 30 kg/m2 ou 25 kg/m2 na presença de comorbidades; 

2) falha em perder peso com o tratamento não farmacológico. 

Existem, atualmente, cinco medicamentos registrados para tratar a obesidade no Brasil: dietil propiona (anfepramona), femproporex, mazindol, sibutramina e orlistate. Porém, deve-se sempre procurar o médico antes de iniciar qualquer tratamento.
Já em relação às dietas, o fator que dificulta o seu sucesso está relacionado a programas muito restritos em termos calóricos, que produzem em curto prazo perdas ponderais significativas. Isso porque o organismo apresenta uma tendência fisiológica de se "defender" contra as variações drásticas no seu peso corporal. Restrições no seu aporte alimentar levam à ativação de mecanismos compensatórios para minimizar a perda de peso, através da redução na taxa de metabolismo basal. Desse modo, um tratamento dietético que resulte em uma perda de peso mais modesta, mas que produza alterações mais estáveis é provavelmente mais favorável. Assim, perdas ponderais entre 5 e 10% do peso inicial podem ser suficientes para produzir alterações benéficas nos níveis de glicemia, no perfil lipídico do plasma e nos níveis da pressão arterial.
O total de calorias a ser consumida deve ser reduzido em 500 a 1000 kcal por dia, com base no cálculo de energia despendida pelo paciente. A dieta assim planejada é usualmente suficiente para produzir uma perda de peso entre 0,5 a 1,0 kg/semana. Recomendações gerais devem incluir aumento na ingestão de fibras, que produzem maior grau de saciedade, redução na absorção de sacarose, de álcool e de gorduras saturadas. 
A proporção normal de nutrientes deve ser mantida apesar da limitação calórica e adaptada ao perfil metabólico do paciente. Geralmente as proteínas devem satisfazer de 15 a 20% da quantidade total de calorias da dieta, carboidratos devem corresponder de 50 a 55% e as gorduras não devem ultrapassar 30% do conteúdo calórico total. Para melhorar a aderência do paciente à dieta é recomendável que esta se adapte aos seus gostos, fornecendo-lhe variadas opções de cardápio. Ao lado disso, o sucesso da dieta depende fundamentalmente do processo de reeducação alimentar, que faz parte da denominada terapia comportamental. Portanto, é de grande importância o acompanhamento com um nutricionista para a efetivação do tratamento.

Ligantes Camila Chagas e Kaique Veloso. 

Referências utilizadas:
- Diretrizes brasileiras de obesidade 2009/2010 / ABESO - Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e da Síndrome Metabólica. - 3.ed. - Itapevi, SP : AC Farmacêutica, 2009.
- I Diretriz Brasileira de Prevenção Cardiovascular.ArqBrasCardiol. 2013; 101(6Supl.2): 1-63.

quarta-feira, 9 de novembro de 2016

MENINGITE

A meningite é um processo inflamatório das meninges, membranas que envolvem o cérebro e a medula espinhal. Pode ser causada por diversos agentes infecciosos, como bactérias, vírus, parasitas e fungos, ou também por processos não infecciosos. As meningites bacterianas e virais são as mais importantes do ponto de vista da saúde pública, devido sua magnitude, capacidade de ocasionar surtos, e no caso da meningite bacteriana, a gravidade dos casos,podendo levar à morte ou danos no cérebro que podem deixar sequelas. No Brasil, A meningite é considerada uma doença endêmica, deste modo, casos da doença são esperados ao longo de todo o ano, com a ocorrência de surtos e epidemias ocasionais, sendo mais comum a ocorrência das meningites bacterianas no inverno e das virais no verão. O tipo de tratamento depende do agente que causa a doença: vírus, bactéria, fungos, parasitos, outros.Assim é necessária atenção ao sintomas para garantir que o diagnóstico e tratamento sejam realizados o mais breve possível .

Os sintomas são:

- febre 

- mal-estar

- vômitos

- dor forte de cabeça e no pescoço

- dificuldade para encostar o queixo no peito

-confusão mental

- sonolência 

- podem manchas vermelhas espalhadas pelo corpo. Esse é um sinal de que a infecção está se alastrando rapidamente pelo sangue e o risco de septicemia aumenta muito

- nos bebês, a moleira pode ficar elevada.

A doença pode ser transmitida da garganta de uma pessoa a outra, através de gotículas da tosse, espirro e beijo. A meningite nem sempre é transmitida por indivíduos doentes. Algumas pessoas (geralmente adultas) que abrigam o meningococo na garganta podem retransmiti-lo, mesmo sem estarem doentes: são os chamados portadores sãos.Assim são importante medidas de higiene, como :
Lavar as mãos frequentemente – ao chegar do trabalho, antes de preparar, servir ou comer alimentos: depois de usar o banheiro, após auxiliar uma criança a utilizar o banheiro, após trocar fralda, após assoar o nariz, tossir ou espirrar, proteger o nariz e a boca com o braço ao espirrar ou tossir.

-Não secar as mãos em toalhas úmidas. Em local coletivo utilizar de preferência toalhas descartáveis.

-Manter o ambiente limpo e arejado.

-Alimentos: lavar e desinfetar as frutas e verduras.

-Limpar os reservatórios de água de abastecimento com solução clorada.

-Utilizar filtro ou bebedouro para água potável.

-Desinfetar filtros e bebedouros regularmente com água clorada.

-Separar os utensílios de uso individual, em especial das crianças

Outra importante medida de prevenção é a VACINAÇÃO que faz parte do calendário de vacinação do SUS e também existem vacinas complementares na rede privada.A meningite atinge pessoas de todas as idades, sendo as crianças menores de cinco anos normalmente as mais afetadas.
Todos os tipos de meningite são de comunicação compulsória para as autoridades sanitárias. O diagnóstico baseia-se na avaliação clínica do paciente e no exame do líquor, líquido que envolve o sistema nervoso, para identificar o tipo do agente infeccioso envolvido.Se houver suspeita de meningite bacteriana, é fundamental introduzir os antibióticos adequados, antes mesmo de saírem os resultados do exame laboratorial e tratamento de suporte. Assim como para as outras enfermidades causadas por vírus, não existe tratamento específico para as meningites virais. Os medicamentos antitérmicos e analgésicos são úteis para aliviar os sintomas. O risco de sequelas graves cresce à medida que se retarda o diagnóstico e o início do tratamento. As lesões neurológicas que a doença provoca nesses casos podem ser irreversíveis.
Assim a divulgação de informações é um papel importante dos autoridades, profissionais de saúde e de todas a população , sendo fundamental para evitar doenças, diminuir a ansiedade e evitar o pânico e estabelecimento de diagnóstico e tratamento precoces.

terça-feira, 1 de novembro de 2016

TABAGISMO: Como pode me prejudicar? Como parar?

Sempre ouvimos falar que produtos derivados de tabaco como cigarro, charuto, cachimbo, fumo de rolo, rapé e outros fazem mal à saúde. Mas você sabe o porquê dessas substâncias serem tão prejudiciais? A LACLiM vem por meio desse texto informar você. 

Todos os derivados do tabaco são nocivos à saúde. Cerca de 4.720 substâncias tóxicas são introduzidas no organismo quando se faz uso desses produtos, incluindo nicotina (responsável pela dependência química), monóxido de carbono (o mesmo gás venenoso que sai do escapamento de automóveis) e alcatrão, que é constituído por aproximadamente 60 substâncias cancerígenas, como agrotóxicos e elementos radioativos. A fumaça do cigarro chega ao organismo sendo inalada para os pulmões, distribuindo-se para o sistema circulatório fazendo com que a nicotina chegue rapidamente ao cérebro. Como todo o volume de sangue do corpo percorre os pulmões, as substâncias inaladas espalham-se pelo organismo em pouquíssimo tempo. Para que a fumaça atinja o organismo não necessariamente precisa ser tragada, pois, a partir da absorção pela cavidade oral, a nicotina também atinge o cérebro em poucos segundos. 

O tabagismo tem relação com cerca de 50 enfermidades, dentre elas vários tipos de câncer (pulmão, laringe, faringe, esôfago, estômago, pâncreas, fígado, rim, bexiga, colo de útero, leucemia), doenças do aparelho respiratório (enfisema pulmonar, bronquite crônica, asma, infecções respiratórias), doenças cardiovasculares (angina, infarto agudo do miocárdio, hipertensão arterial, aneurismas, acidente vascular cerebral, tromboses). Há ainda, outras doenças relacionadas ao tabagismo: úlcera do aparelho digestivo; osteoporose; depressão; catarata; impotência sexual no homem; infertilidade na mulher; menopausa precoce e complicações na gravidez. Estima-se que, no Brasil, a cada ano, 200 mil pessoas morram precocemente devido às doenças causadas pelo tabagismo. 

Quem fuma oferece risco não só a si mesmo como também a todos os que vivem no mesmo ambiente. Os não fumantes que respiram a fumaça do tabaco têm um risco maior de desenvolver doenças relacionadas ao tabagismo, pois fumaça que sai pela ponta do cigarro contém em média três vezes mais nicotina, três vezes mais monóxido de carbono e até 50 vezes mais substâncias cancerígenas do que a fumaça que o fumante inala. Segundo a OMS cerca de 200 mil pessoas morrem diariamente em decorrência de doenças ligadas à exposição ao cigarro; exemplo disso foi a Irlanda - primeiro país a proibir o fumo em lugares públicos e locais de trabalho - em que houve relato de melhora dos desfechos de saúde e não houve queda nas atividades de trabalho.

O Ministério da Saúde juntamente com as secretarias estaduais e municipais de Saúde vem organizando desde 2002 uma rede de unidades de saúde do SUS para oferecer tratamento do tabagismo para os fumantes que desejam parar de fumar. O paciente fumante recebe orientações de como deixar de fumar, como resistir à vontade de fumar, e principalmente como viver sem cigarro. São fornecidos medicamentos gratuitos com o objetivo de reduzir os sintomas da síndrome de abstinência à nicotina. Portanto, se você já tentou parar e não conseguiu, procure ajuda no serviço de saúde do seu município e não desista. Estudos mostram que em média um ex-fumante tenta parar de fumar entre três a quatro vezes até conseguir definitivamente. A cada tentativa, se conhece as maiores dificuldades e aprende-se a controlá-las. 

A vontade individual de parar de fumar é o principal fator para cessar o tabagismo, e, para que essa vontade não diminua, é altamente recomendado que o fumante busque apoio e ajuda de amigos e familiares, reforçando sempre cada conquista alcançada pelo fumante.

Outro ponto fundamental é a procura de profissionais capacitados a auxiliar na parada do vício, eles ajudam no incentivo à parada com a psicoterapia e com a terapia medicamentosa, que reduz os sintomas da abstinência (grande fantasma do ato de parar de fumar), além de promoverem grupos de compartilhamento de experiências que são enriquecedoras e encorajadoras para aquele que pensa em parar.

O acervo de práticas substitutivas e mudanças de hábitos também foi relatado que ajudam a parar de fumar, são alguns exemplos: consumir balas, praticar exercícios, ingerir água, livrar-se de esqueiro e cinzeiro, utilizar objetos que simulem o cigarro, dar-se presentes, escovar os dentes com maior frequência.

Há também a terapia famacológica que pode ser associada no processo de parar de fumar. Os principais medicamentos utilizados e mais estudados são antidepressivos, nicotina substitutiva e agentes similares à nicotina (agonistas de receptores nicotínicos), além de outros que estão com estudos em andamento. Os fármacos têm demonstrado eficácia na luta para parar de fumar, mas é muito importante que a pessoa tenha adesão ao tratamento. Apesar de gerar estranheza, o uso da nicotina no tratamento é feito para diminuir os sintomas da abstinência e o ato em si de fumar novos cigarros, sendo que, uma vez que os hábitos de fumante são perdidos, é feita uma retirada gradual da nicotina para diminuir os sintomas de abstinência nessa retirada. Os antidepressivos, por sua vez, não estão muito esclarecidos (apesar da eficácia comprovada), mas acredita-se que a nicotina também gere um efeito antidepressivo e esses medicamentos substituiriam-na.



Ligantes André e Lilia

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS: 

1. INCA- Programa Nacional de Controle do Tabagismo
2. Echer, Isabel Cristina, Sérgio Saldanha Menna Barreto, and Giordana de Cássia Pinheiro da Motta. "Fatores que contribuem para o abandono do tabagismo." Revista gaúcha de enfermagem. Porto Alegre. Vol. 28, n. 3 (set. 2007), p. 350-358 (2007)
3. Wannmacher, Lenita. "Tratamento medicamentoso antitabagismo." Uso Racional de Medicamentos: temas selecionados 4.4 (2007): 1-6.

sexta-feira, 28 de outubro de 2016

INSÔNIA 

A insônia é a dificuldade de iniciar ou manter o sono ou insatisfação com a qualidade do sono e que pode interferir no desempenho das atividades sociais e cognitivas. Alguns sintomas são encontrados, como: alterações cognitivas; fadiga durante o dia; menor produtividade seja no trabalho ou nas atividades diárias de modo geral; desocupação e ausência, principalmente quando relacionado ao trabalho; distúrbios de humor; ansiedade; relações familiares e sociais prejudicadas; e acidentes no trabalho. Esses sintomas devem ocorrer pelo menos três vezes por semana por um período mínimo de um mês e estarem associados com sofrimento importante e/ou com prejuízo no funcionamento social e ocupacional do indivíduo.

A hipervigilância é fisiologicamente manifestada em pacientes com insônia por uma taxa metabólica corporal aumentada, por elevações no nível de cortisol e pelo aumento do consumo de glicose cerebral.

A insônia consiste em uma das queixas mais comuns de distúrbio do sono e sua prevalência é de 10 a 40% na população em geral. A prevalência das queixas aumenta com a idade e é maior entre mulheres, divorciados, viúvos e indivíduos com baixo nível socioeconômico e educacional. Os adultos jovens queixam-se com maior frequência de dificuldades para conciliar o sono, ao passo que os indivíduos de meia-idade e os idosos estão mais propensos a apresentarem dificuldades com a manutenção do sono e despertares precoces nas primeiras horas da manhã.

Há algumas comorbidades associadas com a insônia, como: Síndrome da má adaptação em turnos (que consiste no trabalho realizado em horários diferentes dos habituais, que possui interferência na sobrecarga física, emocional e psicológica, estresse, doenças ocupacionais e sono); Distúrbios psiquiátricos (transtorno de ansiedade, depressão, agorofobia e fobia social); Distúrbios do sono (síndrome das pernas inquietas, apneia do sono, distúrbio do ritmo circaidiano e etc); e Problemas de saúde em geral. 

Deve­-se questionar os pensamentos e comportamentos da pessoa. Em relação às horas antes de deitar, enquanto na cama tentando dormir e circunstâncias do despertar noturno. Realizar um diário do sono, documentando o ato de deitar diário, número de despertares durante a noite e vigília é uma estratégia recomendada. Durante um período de 2 a 4 semanas pode-­se identificar se o indivíduo passa um tempo excessivo na cama, se esse período é irregular e os padrões de sono.

A polissonografia não é indicada na avaliação de rotina da insônia, pois o diagnóstico é feito clinicamente, exceto na suspeita de apneia do sono, de distúrbio de movimentos periódicos dos membros ou de parassonias prejudiciais. Nos indivíduos em quem as abordagens habituais para manejo e controle da insônia não tiverem sucesso pode-­se considerar a realização de polissonografia. 

Existem diversas classificações e definições para insônia, dentre elas a mais utilizada pelos profissionais da Medicina do Sono é a classificação da International Classification of Sleep Disorders (ICSD). Esta caracteriza a insônia levando em consideração três critérios. Sendo que uma dessas características deve estar presente para o diagnóstico de transtorno de insônia.

1) Queixa de dificuldade para iniciar ou manter o sono, despertar precoce ou sono cronicamente não restaurador e de qualidade ruim.

2) Os sintomas citados no primeiro critério acontecem apesar de existirem condições adequadas para o sono.

3) Presença de algumas queixas que estão relacionadas às dificuldades do sono, como: fadiga; déficit de atenção; concentração e memória; disfunção sexual, profissional e acadêmica; irritabilidade; sonolência excessiva diurna; falta de motivação e energia; propensão a erros, acidentes no trabalho ou na condução de veículos; cefaleias; tensão e sintomas gastrointestinais; e preocupação com o sono; 

A insônia pode ser classificada ainda como aguda (i.e., por menos de 2-3 semanas) ou crônica (i.e., que ocorre várias vezes por ano por pelo menos 2 anos, tendo cada episódio duração mínima de 3 dias). A insônia aguda é geralmente causada por um fator identificável, ao passo que a causa da insônia crônica é, em geral, mais complexa e sua investigação exige uma abordagem clínica sistematizada.

Além disso, a insônia pode ser classificada como leve, moderada ou grave de acordo com a intensidade sintomatológica e com o prejuízo psicossocial a ela associados. A insônia também pode ser descrita como primária ou como secundária. Por definição, a insônia primária não ocorre durante o curso de outro transtorno do sono ou de outro transtorno mental, nem se deve aos efeitos fisiológicos diretos de uma substância ou de uma condição médica geral. A insônia secundária, por sua vez, é causada por um algum fator identificável (geralmente uma condição médica ou psicológica) e apresenta uma prevalência significativamente maior do que a da insônia primária. 

O tratamento da insônia primária inclui: higiene adequada do sono (evitar comportamentos e/ou aliviar condições incompatíveis com o sono reparador e a estabelecer um hábito regular de sono), terapia cognitiva e de conduta e uso de fármacos hipnóticos. Entre esses últimos, se destacam o zolpidem e a zopiclona, que melhoram significativamente o sono sem alterar sua estrutura ou induzir a uma reincidência da insônia logo após uma interrupção brusca. Além disso, o desenvolvimento de fármaco-dependência e de vício é muito pouco freqüente.

No tratamento da insônia secundária é necessária uma intervenção que atue na condição médica ou psicológica que a mantém. O tratamento medicamentoso é norteado pela condição primária apresentada pelo paciente. No caso do paciente apresentar um transtorno depressivo ou ansioso, a primeira escolha reside em um fármaco antidepressivo. Se o quadro for de psicose podem ser utilizados antipsicóticos com características sedativas. Os pacientes que apresentam insônia situacional auto-limitada (e.g., antes de um procedimento cirúrgico ou de uma viagem intercontinental), podem utilizar um benzodiazepínico hipnótico ou um fármaco não-benzodiazepínico a curto-prazo. Quando o paciente não responde a essas medicações, o uso de agonistas do receptor benzodiazepínico está indicado.

Ligantes Caio Sena e Renata Germini. 

RERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

1) Berlim MT, Lobato MI, Manfro GG. Diretrizes e algoritmo para o manejo da insônia. In: Cordiol AV, colaboradores. Psicofármacos: consulta rápida 4 [internet]. Porto Alegre; 2005. Acesso em 25/10/2016. Disponível em: http://www.ufrgs.br/psiquiatria/psiq/Diretrizes%20para%20Insonia%20final.pdf

2) Kubota AMA et al. Aspectos da insônia no adulto e a relação. Rev Ter OcupUniv São Paulo. 2014 maio/ago.;25(2):119-25. Acesso em 25/10/16. Disponível em: http://www.revistas.usp.br/rto/article/view/64660/88127.

sábado, 22 de outubro de 2016

ASMA  

  

SINTOMAS E GATILHOS 

Conhece alguém que tenha falta de ar, tosse crônica, chiado no peito, ou sente dificuldade para respirar principalmente à noite ou pela manhã?! Essa pessoa pode ter asma! 
Asma é uma doença inflamatória crônica das vias aéreas. O pulmão do asmático é diferente de um pulmão saudável, como se os brônquios dele fossem mais sensíveis e inflamados - reagindo ao menor sinal de irritação.Os sintomas podem aparecer e desaparecer espontaneamente ou com tratamento. Quase sempre estão associados ao contato com agentes irritantes, chamados de “gatilhos”. São exemplos de gatilhos: poeira doméstica, mofo, pêlos de animais, grãos de pólen, ácaros, fumaça de cigarro, perfume, entre outros. Além desses, outros fatores também podem provocar sintomas, como frio intenso, exercício físico, resfriado, gripe e até alterações emocionais e o choro… se identificou?! Calma! Vamos entender melhor a doença e como podemos tratá-la… 

MECANISMO DA ASMA 

O mecanismo causador da doença envolve uma resposta exagerada das vias aéreas inferiores (da laringe até os pulmões) aos agentes irritantes. Entenda que não são todas as pessoas que têm essa resposta exagerada, que depende de uma predisposição genética associada a um fator ambiental… 
Então, o que ocorre com os asmáticos em contato com esses gatilhos? 
Na tentativa de impedir a passagem desses agentes, o organismo tenta se defender de algumas formas: 

● Quando estes chegam aos brônquios - ‘tubos’ que conduzem o ar até os pulmões - a musculatura lisa se contrai para impedir sua passagem. 

● Simultaneamente, células de defesa do organismo migram a fim de neutralizar o agente considerado como agressor. 

Mas isso seria bom, certo!? Como já foi dito, essa resposta é exagerada…acumulam-se mediadores inflamatórios e anticorpos que agridem estes agentes, mas agridem também a mucosa que reveste os brônquios. Assim sendo, há um estreitamento do tubo condutor de ar pela contração muscular e aumento da espessura pela reação inflamatória cronificada. 
Isso altera a função dos cílios que existem nesse tubo, o que é um grande problema! A produção de muco (o “catarro”) está aumentada, e os cílios seriam essenciais para sua eliminação. Ou seja, o catarro vai se acumular nas vias aéreas. 
Este estado de hiperreatividade culmina com o fechamento dos brônquios dificultando muito a passagem de ar, causa o chiado, a sensação de respiração pesada e tosse ainda na tentativa do organismo de eliminar o excesso de muco.


TRATAMENTO 

O tratamento da asma conta com a sua parte e a do seu médico! Você precisa tomar certos cuidados, além de seguir à risca o que médico irá receitar. ATENÇÃO: Tratar da asma persistente requer paciência e dedicação! Nunca interrompa, nem altere o tratamento por conta própria! 

Mesmo depois que conseguir controlar os sintomas, é preciso manter a medicação por um período aproximado de 03 a 06 meses, só então o médico irá aos poucos diminuir as doses. 

Os remédios para asma são divididos em basicamente dois tipos: 

1) medicamentos para dilatar os brônquios e melhorar os sintomas durante as crises. Esses remédios podem ser:
A) de curta duração, com ação que dura de 04 a 06 horas. 
B) de longa duração, com efeitos de até 12 horas. 

2) medicações usados na manutenção do tratamento e na prevenção dos sintomas. São drogas com propriedades anti-inflamatórias introduzidas precocemente nos casos de asma persistente para preservar a função pulmonar. 
Se a asma for persistente, peça ao seu médico um plano escrito com as medidas que você deve tomar em caso de crise ;)

 CRISE DE ASMA

Os sintomas típicos da crise asmática são sensação de asfixia ou falta de ar, tosse seca, ‘chiados’, sensação de peso no peito.
Fique atento a alguns sinais e sintomas que servem de alerta e te indicam maior gravidade da crise: 

● Temperatura axilar maior que 37ºC;

● Frequência cardíaca alterada;

● Queda da pressão arterial;

● Incapacidade de ler uma frase inteira com uma única inspiração de ar;

● Respiração superficial e silenciosa;

● Cianose (coloração azulada das extremidades);

● Exaustão;

● Confusão mental. 

NÃO PERCA TEMPO, PRONTO SOCORRO OU ASSISTÊNCIA MÉDICA IMEDIATAMENTE! 

CONVIVENDO COM A ASMA 

A asma é uma doença que não apresenta cura, porém pode ser controlada de modo que permita uma vida normal. Medidas básicas precisam ser tomadas, tais como:

● Reconhecer os fatores que causam as crises e evitá-los;

● Retirar cortinas e tapetes que acumulam poeira;

● Evitar vassouras e espanadores - aconselha-se que a limpeza da casa seja feita com pano úmido;

● Expor travesseiros, roupas de cama e colchões ao sol para evitar o crescimento de fungos e ácaros;

● Evitar contato com animais de estimação como cães e gatos;

● Evitar usar perfumes, produtos de limpeza, fumaça e roupas ou livros mofados;

● Beber muita água, para fluidificar secreções e facilitar a sua eliminação;

● Realizar exercícios que estimulam a musculatura respiratória, como a natação;

● Controlar a ansiedade, pois esta agrava a falta de ar nas crises;

● NÃO FUMAR - estudos comprovam que pacientes asmáticos são muito mais propensos a desenvolver outras doenças pulmonares quando são tabagistas

 DIFERENÇAS ENTRE ASMA E BRONQUITE

Mas isso aí está muito parecido com aquela tal de bronquite né?! Ambas as doenças apresentam sintomas semelhantes, como tosse, chiado e broncoconstrição. 
As crises de asma surgem e desaparecem, apenas aqueles com asma moderada ou grave que apresentam sintomas contínuos. Ao passo que na bronquite, a tosse possui um caráter contínuo, produtivo, secretivo e permanece por um período superior a três meses por mais de dois anos consecutivos. 
É importante sempre manter-se atento ao tipo de tosse, no motivo que desencadeou a tosse, há quanto tempo ela se iniciou, qual sua duração e quais outros sintomas estão associados.








domingo, 2 de outubro de 2016

CONVULSÕES 

    O que é convulsão? 
    A crise convulsiva ou convulsão é uma manifestação de um aumento excessivo e desordenado da atividade elétrica das células cerebrais, nesse caso os neurônios.
É importante esclarecer que o termo “convulsão” não é sinônimo de “epilepsia”. Epilepsia é uma doença específica, que predispõe a pessoa a convulsões, as quais podem ocorrer por diversas causas!

        Então o que pode causar uma convulsão? 

  • doenças, além da epilepsia podemos destacar: 
  • meningites, 
  • encefalites, 
  • tétano, 
  • tumores cerebrais, 
  • infecção pelo HIV.
  • febre alta em crianças com menos de cinco anos
  • Traumas cranianos; 
  • abstinência após uso prolongado de álcool e de outras drogas, ou efeito colateral de alguns medicamentos; 
  • distúrbios metabólicos, como: 
  • hipoglicemia, 
  • diabetes, 
  • insuficiência renal
  • Insolação;
  • Choque elétrico;
  • Perda excessiva de sangue;
  • falta de oxigenação no cérebro.


Emoções intensas, exercícios vigorosos, determinados ruídos, músicas, odores ou luzes fortes podem funcionar como gatilhos das crises.

Como reconhecer? 
As convulsões podem ser de dois tipos: 
parciais/focais: quando apenas uma parte do cérebro é atingida pela descarga de impulsos elétricos desorganizados, causa uma crise cujos sintomas dependem da área cerebral afetada; ou 
generalizadas: quando os dois hemisférios cerebrais são afetados. Nesse episódio pode ocorrer: 
• perda súbita de consciência, associada a movimentos desordenados, repetitivos e rápidos de todo o corpo. Além disto, podem estar acompanhada de aumento da salivação, ranger de dentes, perda do controle do processo urinário e defecação.
• na fase pós-convulsiva: sonolência, confusão mental, agitação, flacidez muscular e cefaleia, sinais de

O que fazer? 
A crise convulsiva não é um processo contagioso ou transmissível, sendo assim, não há qualquer risco para aquele que auxilia um indivíduo nesta condição.

Mantenha-se calmo e acalmar as pessoas ao seu redor;
Se possível, evite que a pessoa caia bruscamente ao chão;
Afaste objetos para evitar que a vítima se machuque ao se debater;
Utilize material macio para acomodar a cabeça do individuo, como travesseiro ou casaco dobrado;
Posicione o indivíduo de lado de forma a evitar aspiração com o excesso de saliva ou vômito (pode ocorrer em alguns casos);
Afrouxe um pouco as roupas para que a pessoa respire melhor;
Permaneça ao lado da vítima até que ela recupere a consciência;
Ao término da convulsão a pessoa poderá se sentir cansada e confusa, explique o que ocorreu e ofereça auxílio para chamar um familiar.
Muito importante marcar o tempo de duração da crise convulsiva!!! 
O estado de mal epiléptico é a ocorrência de crises epiléticas prolongadas (acima de 5 minutos) ou repetitivas, persistindo por 30 minutos ou, que não permitem a recuperação da consciência entre os eventos. 
Se estado de mal epilético, vítima gestante, dificuldade respira ou sinal de traumatismo, CHAME AJUDA: Ligue 192! 

O que não fazer? 
Não impeça os movimentos da vítima, apenas se certifique de que nada ao seu redor irá machucá-la;
Nunca tente puxar a língua da vítima, nem tente colocar algo dentro de sua boca;
Não jogue água no rosto da vítima;

sexta-feira, 2 de setembro de 2016

LEISHMANIOSE

O que é a leishmaniose e como ela é transmitida?

A leishmaniose é uma doença causada pelo protozoário do gênero Leishmania, sendo transmitida pela picada do flebotomíneo, mais conhecido como mosquito-palha ou birigui. No Brasil, duas espécies estão relacionadas com a transmissão do protozoário, o Lutzomyia longipalpis e a lutzomyia cruzi. A infecção pode se limitar à pele ou mucosa, constituindo a leishmaniose tegumentar ou pode ser chamada de leishmaniose visceral quando invade o sistema reticuloendotelial, acomentendo outros órgãos e sistemas.
Em relação a Leishmaniose visceral, também conhecida como Calazar (“Kala” febre; “azar” negra; língua hindi) era conhecida pelo seu caráter eminentemente rural, no entanto, nos últimos anos, vem crescendo em áreas urbanas tornando-se uma preocupação para saúde pública.
Enquanto que na zona rural a raposa e os marsupiais são os principais reservatórios do protozoário, na área urbana a principal fonte de infecção é o cão, o que aumenta potencialmente a proximidade do homem com o parasito, uma vez que o cachorro compartilha diversos espaços peri e intradomiciliares com o homem. É importante frisar que não ocorre transmissão direta de pessoa a pessoa. 

A Leishmaniose visceral tem tratamento em seres humanos?

Apesar de grave, a doença tem tratamento e ele é gratuito, sendo disponível na rede de serviços do SUS. Três fármacos podem ser utilizados a depender da indicação médica: o antimoniato de N-metil glucamina (Glucantime®), a anfotericina B e a anfotericina B lipossomal.

Quando devo suspeitar de Leishmaniose em um cão?

Os cães quando contaminados podem apresentar alguns sinais como emagrecimento, feridas na pele (principalmente no focinho), perda de pelos, crescimento anormal das unhas, aumento abdominal, fraqueza, sonolência, diarreia, vômito e sangramento intestinal.
O diagnóstico clínico da LVC é difícil de ser determinado devido a grande porcentagem de cães assintomáticos ou oligossintomáticos existentes. A doença apresenta semelhança com outras enfermidades infecto-contagiosas que acometem os cães, permitindo que o diagnóstico clínico seja possível quando o animal apresenta sinais clínicos comuns à doença, como descrito anteriormente, ou quando o animal se originar de regiões ou áreas de transmissão estabelecida. No entanto, em áreas cujo padrão socioeconômico é baixo, outros fatores podem estar associados dificultando o diagnóstico clínico, especialmente as dermatoses e a desnutrição, mascarando ou modificando o quadro clínico da leishmaniose visceral canina.



E para os cães existe tratamento eficaz?

O tratamento da Leishmaniose Visceral Canina pode até melhorar os sinais clínicos, porém não possibilita a cura parasitologica do animal. Portanto, ele continua sendo reservatório do parasito, sendo assim um risco para saúde da população humana e canina. Por essa razão a eutanásia é recomendada nos cães contaminados. 

Existem vacinas contra leishmaniose no Brasil? 

Atualmente existe uma vacina antileishmaniose visceral canina em comercialização no Brasil. Seu uso está restrito à proteção individual dos cães e está indicada somente para animais assintomáticos com resultados sorológicos não reagentes para leishmanioses visceral. Os animais que apresentarem sinais clínicos compatíveis com LVC e/ou reações sorológicas reagentes estarão passíveis das medidas sanitárias vigentes.

Como previnir a Leishmaniose?

Existem formas de prevenir a infecção tanto no cão quanto no homem. Para tanto é fundamental a limpeza de quintais através da retirada de matéria orgânica (folhas, troncos, restos de vegetação), lixo, limpeza periódica dos abrigos de animais domésticos e, se possível, manter os abrigos de animais afastados da casa. Deve-se também reduzir ou eliminar potenciais criadouros de insetos, além de instalar telas de malha fina em janelas e portas do domicílio.

REFERÊNCIAS: 


MINISTÉRIO DA SAÚDE, Manual de Vigilância e Controle da Leishmaniose Visceral- 1º edição; 2014



sexta-feira, 12 de agosto de 2016

VITILIGO

O vitiligo é uma doença caracterizada pela perda da coloração da pele. As lesões formam-se devido à diminuição ou ausência de melanócitos (as células responsáveis pela formação da melanina, pigmento que dá cor à pele) nos locais afetados. As causas da doença ainda não estão claramente estabelecidas, mas fenômenos autoimunes parecem estar associados ao vitiligo. Além disso, alterações ou traumas emocionais podem estar entre os fatores que desencadeiam ou agravam a doença.
As lesões cutâneas são de hipopigmentação, ou seja, manchas brancas na pele com uma distribuição característica. O tamanho das manchas é variável.A maioria dos pacientes de vitiligo não manifesta qualquer sintoma além do surgimento de manchas brancas na pele. Entretanto, em alguns casos, os pacientes relatam sentir sensibilidade e dor na área afetada.
O vitiligo pode ter um acometimento focal, unilateral segmentar, vulgar ou universal, como mostra a imagem abaixo:


O diagnóstico do vitiligo é essencialmente clínico, pois as manchas hipopigmentadas têm geralmente localização e distribuição características. A biópsia cutânea revela a ausência completa de melanócitos nas zonas afetadas, exceto nos bordos da lesão, e o exame com lâmpada de Wood é fundamental nos pacientes de pele branca, para detecção das áreas de vitiligo.As análises sanguíneas deverão incluir um estudo imunológico que poderá revelar a presença de outras doenças autoimunes como o lupus eritematoso sistémico e da doença de Addison. O histórico familiar também é considerado. 
Em relação ao tratamento, a maior preocupação são os sintomas emocionais que os pacientes podem desenvolver em decorrência da doença. Por isso, em alguns casos, recomenda-se o acompanhamento psicológico.Entre as formas de tratamento da doença incluem-se tratamento medicamentoso com o uso de corticoides tópico ou oral, fotoquimioterapia, transplante de melanócitos, entre outros. É importante que o tratamento seja acompanhado por um dermatologista.
Basicamente existem dois objetivos ao tratar o paciente com vitiligo. Uma delas, a mais indicada, é restaurar os melanócitos "perdidos" com técnicas que estimulem os melanócitos locais e vizinhos; entretanto, isso nem sempre é possível. Assim, existe uma segunda linha de tratamento em que os melanócitos sadios são destruídos com a aplicação de um produto químico, o monobenzil éter de hidroquinona. Trata-se de uma técnica simples, mas que requer a utilização do produto por longos períodos. Esse último foi o tratamento utilizado por Michael Jackson.A principal indicação é para adultos com mais de 50% de superfície corporal acometida e, sobretudo, capazes de reconhecer que esse processo irá alterar bastante sua fisionomia e exigirá cuidados especiais com o sol por toda a vida.
Não existem formas de prevenção do vitiligo. Em pacientes com diagnóstico de vitiligo, deve-se evitar os fatores que possam precipitar o aparecimento de novas lesões ou acentuar as já existentes. Evitar o uso de vestuário apertado, ou que provoque atrito ou pressão sobre a pele, e diminuir a exposição solar. Controlar o estresse é outra medida importante.



Vitiligo. STEINER, Denise et al. An. Bras. Dermatol. [online]. 2004, vol.79, n.3, pp.335-351.Disponível em: http://www.scielo.br/scieloOrg/php/citedScielo.php?pid=S036505962004000300010&1ang=en












terça-feira, 9 de agosto de 2016

QUANDO DESCONFIAR E TER CERTEZA DE UMA GESTAÇÃO?

O diagnóstico de gravidez pode ser clínico, laboratorial e ultrassonográfico. O conhecimento popular acerca deste tema é bem prevalente, então queremos neste post não apenas citar mas também explicar o motivo pelo qual os sintomas ocorrem! Para isso, limitaremos a falar sobre o diagnóstico clinico!

Podemos o dividir basicamente em 4 tópicos. (Sintomas e sinais de presunção, Sinais de probabilidade e sinais de certeza).

1. Sintomas de presunção. Normalmente são as queixas iniciais mais frequentes da grávida. Seriam:

a. Náuseas:são ocasionadas pela adaptação materna ao hormônio produzido durante a gestação, a gonadotrofina coriônica humana.

b. Polaciúria (aumento do número de vezes que vai ao banheiro): com o crescimento uterino ocorre um compressão da bexiga, o que leva a uma menor capacidade em reter e acumular a urina. Com isso a gestante vai mais vezes ao banheiro, mas tendo um volume urinário menor (polaciúria).

c. Fadiga e sonolência: isso ocorre devido a uma vasodilatação,aumenta o volume de sangue que passa em alguns lugares do organismo materno, ocasionando uma redução do fluxo sanguíneo e estes sintomas.

d. Percepção da MÂE aos movimentos fetais. Se for a primeira gestação esses movimentos podem ser percebidos em torno da 20 semana. Agora em uma gestante que já teve gestações anteriores podem ser percebidos em torno da 16 semana.

2. Sinais de Presunção: São alterações que muitas vezes podem ser notadas e não apenas relatas pela gestante!

a. Atraso menstrual: normalmente este é o primeiro a ser notado! Ocorre devido a manutenção da Progesterona (tipo de hormônio)  pelo organismo evitando assim a descamação uterina e perda do bebê.

b. Modificação mamárias: as mamas ficam doloridas devido ao maior volume de sangue; escurecimento da região do mamilo; podem sair secreções que chamamos de colostro; o aumento da circulação das veias permite observar uma rede sob a pele transparente; os limites mamários podem ficar imprecisos.

c. Alterações do muco cervical (secreção): Com o aumento da progesterona irá ocorrer uma mudança no padrão de cristalização, alterando a aparência da secreção.

d. E por última as alterações cutâneas, que ocorrem devido a uma hiperpigmentação decorrente do aumento de melanina. São o cloasma gravídico, que aparece na região facial como manchas escurecidas e a linha nigra que aparece na região medial do abdome. 

3. Há ainda os Sinais de probabilidade, que são decorrentes das transformações da forma do corpo devido a gestação. E são encontrados durante o exame clínico ou no toque vaginal pelo médico!

4. Já os sinais de certeza são os mais fidedignos da gestação. São eles:

a. Ausculta dos batimentos fetais: É o mais utilizado, e gera grande ansiedade para a gestante. Então é sempre bom lembrar que pelo aparelho (Sonar Doppler) os batimentos serão ouvidos a partir da 12 semana de gestação e pelo Pinard só pela 20 semana.

b. Percepção indireta do feto, através do toque vaginal, a partir da 14 semana. E a percepção dos movimentos fetais pelo MÉDICO a partir da 20 semana.

Existe ainda o exame laboratorial no qual se faz a dosagem do BHCG . 

sábado, 6 de agosto de 2016

DEPRESSÃO

Introdução 

A depressão pode ser definida como uma doença da mente e do corpo que se caracteriza por afetar o estado de humor da pessoa em qualquer ciclo da vida, deixando-a com um predomínio anormal de tristeza e diminuição de sua energia. Diagnosticada como doença há menos de 50 anos, a depressão é atualmente a quarta causa de incapacidade no mundo e deverá ser a segunda até 2020, de acordo com a a Organização Mundial da Saúde (OMS). Estima-se que no mundo todo o número de pessoas afetadas chega a 350 milhões. Só no Brasil, a estimativa é de 10 milhões de casos, com prevalência entre 10,8 % ao ano, o maior de todos os índices registrados em outros países no ano de 2011. Dados epidemiológicos mostram que há um predomínio do sexo feminino em relação ao masculino (2:1) em adultos, bem como em solteiros, minorias étnicas e áreas rurais.
As causas envolvidas na depressão ainda são incertas e, atualmente, fala-se mais em um caráter multifatorial, resultante de fatores genéticos (genes que conferem maior ou menor vulnerabilidade à doença), biológicos (disfunção de monoaminas como serotonina, dopamina e noradrenalina; fatores humorais e inflamatórios; lesão ou disfunção cerebral) e ambientais (estresse, más condições de vida). 

Manifestações clínicas 

São sintomas de depressão:
● Humor depressivo ou irritabilidade, ansiedade e angústia;

● Desânimo, cansaço fácil, necessidade de maior esforço para fazer as tarefas diárias;

● Diminuição ou incapacidade de sentir alegria e prazer em atividades anteriormente consideradas agradáveis e prazerosas;

● Desinteresse, falta de motivação, apatia e indecisão;

● Sentimentos de medo, insegurança, desesperança, desespero, desamparo e vazio;

● Pessimismo, ideias frequentes e desproporcionais de culpa, baixa autoestima, sensação de falta de sentido na vida, inutilidade, ruína, fracasso, doença ou morte;

● Interpretação distorcida e negativa da realidade;

● Dificuldade de concentração, raciocínio mais lento e esquecimento frequente;

● Perda ou aumento do apetite e do peso;

● Insônia (dificuldade de conciliar o sono, múltiplos despertares ou sensação de sono muito superficial), despertar matinal precoce (geralmente duas horas antes do horário habitual) ou, menos frequentemente, aumento do sono (dorme demais e mesmo assim fica com sono a maior parte do tempo);

● Dores e outros sintomas físicos não justificados por problemas médicos, como dores de barriga, má digestão, azia, diarreia, constipação, flatulência, tensão na nuca e nos ombros, dor de cabeça ou no corpo, sensação de corpo pesado ou de pressão no peito, entre outros.

Diagnóstico

Como forma de diagnóstico da doença, foram criados critérios de acordo com os sintomas mais característicos. Portanto, denomina-se depressão quando há a presença de, pelo menos, humor deprimido e/ou perda de interesse ou prazer, durante o mesmo período de 2 semanas. Além disso, o indivíduo deve apresentar cinco ou mais dos seguintes sintomas:
1. Humor deprimido na maior parte do dia, quase todos os dias, conforme relatado pelo próprio paciente (p. ex., sente-se triste, vazio ou sem esperança) ou por observação feita por outra pessoa (p. ex., parece choroso); 
2. Acentuada diminuição de interesse ou prazer em todas, ou quase todas, as atividades na maior parte do dia, quase todos os dias;
3. Perda ou ganho significativo de peso sem estar fazendo dieta (p. ex., mudança de mais de 5% do peso corporal em um mês) ou redução ou aumento no apetite quase todos os dias;
4. Insônia ou hipersonia quase diária;
5. Agitação ou lentificação quase todos os dias;
6. Fadiga ou perda de energia quase todos os dias;
7. Sentimentos de inutilidade ou culpa excessiva ou inapropriada quase todos os dias (não meramente autorrecriminação ou culpa por estar doente);
8. Capacidade diminuída para pensar ou se concentrar, ou indecisão quase todos os dias;
9. Pensamentos recorrentes de morte (não somente medo de morrer), ideação suicida recorrente, tentativa de suicídio ou plano específico para cometer suicídio.

Tratamento

A depressão é uma doença e como tal deve ser tratada. Atualmente, o tratamento ideal e eficaz inclui tanto o tratamento medicamentoso com antidepressivos, quanto o tratamento psicoterápico. Enquanto a medicação desempenha o papel de reequilíbrio orgânico, a psicoterapia aborda estratégias terapêuticas que focalizam pensamentos e comportamentos associados ao humor deprimido, no modo como se relacionam consigo mesmo, com o mundo e com as pessoas. Assim, essa modalidade promove um melhor enfrentamento dos problemas e alívio de sintomas, além de prevenir futuras recaídas. 

Prevenção 

Identificar os primeiros sinais de alarme é o primeiro passo para prevenir a depressão ou evitar a progressão da doença. O diagnóstico preciso e precoce está relacionado a melhor prognóstico, o que torna fundamental a procura de ajuda quando o próprio indivíduo ou seus familiares detectam sinais e sintomas sugestivos. 10% a 25% dos que procuram clínicos gerais têm quadro depressivo. 
Depressão é uma doença recorrente. Aqueles que já apresentaram um episódio na vida apresentam cerca de 50% de possibilidade de manifestar outro quadro; quando há história prévia de duas recidivas, as chances aumentam para 70%, e de três episódios, chegam até 90%. Sendo assim, é fundamental que os indivíduos que já tiveram depressão procurem sempre estar em dia com a saúde física e principalmente mental, fazendo um adequado acompanhamento com profissionais de saúde habilitados. 

Terminou a leitura? Ótimo, Dr. Drauzio Varella quer trocar uma palavrinha com você (é rapidinho, não vai demorar)…