INTERAÇÃO MEDICAMENTOSA: ANTICONCEPCIONAL.
Qual seu método de evitar a gravidez? Usa contraceptivo oral? Então vem com a LACliM entender quais remédios podem dificultar a ação do seu anticoncepcional!
O uso de medicamentos constitui uma das principais vertentes de tratamento para a grande maioria das doenças reconhecidas pela medicina atualmente. A descoberta de substâncias capazes de produzir efeitos no corpo humano favoráveis em determinadas condições de saúde, sem dúvida, proporcionou um grande avanço da expectativa de vida na espécie humana, seja pela prevenção de agravos de saúde, seja pela minimização de danos e risco de morte aos doentes.
Não são raros os casos em que um indivíduo tenha que fazer uso contínuo de mais de uma medicação para uma única doença ou mesmo apresente mais de uma doença que requerem uso de várias medicações. Além de depender da doença, da condição de saúde do paciente e do grau de adoecimento, a prescrição médica também leva em consideração as possíveis interações entre diferentes tipos de fármaco. As chamadas interações medicamentosas, definidas como alterações nos efeitos de um medicamento em razão da ingestão simultânea de outro medicamento ou substância (incluindo alimentos), não só afetam o tratamento da doença, pela perda ou modificação do efeito terapêutico, como também podem causar danos à saúde do indivíduo, por meio da formação de compostos deletérios ao organismo.
Um exemplo muito comum de interação medicamentosa que afeta diretamente a vida das mulheres envolve o uso de anticoncepcionais orais. A taxa de insucesso dos contraceptivos orais combinados, independentemente do uso concomitante com outros fármacos, é de 1%, quando administrados de forma regular e adequada, ou seja, a medicação deve ser ingerida todos os dias, sempre no mesmo horário. Porém, a utilização de anticoncepcionais orais destinados à prevenção de gravidez tem ação sabidamente modificada por algumas classes farmacológicas de antibióticos e anticonvulsivantes.
No ano de 1971, ocorreu o primeiro relato de fracasso dos contraceptivos orais (CO) quando do uso concomitante de Rifampicina, antibiótico de amplo espectro, utilizado no tratamento da tuberculose, levando então a estudos para identificar os mecanismos que justifiquem esse efeito. Eles são:
1. O aumento da excreção urinária ou fecal do CO, pela redução da flora intestinal bacteriana causada pelos antibióticos, o que resultaria em diarréia antibiótico-induzida.
2. Farmacocinética: interferindo na biotransformação do CO. Os hormônios da pílula são absorvidos no trato gastrointestinal, caem na corrente sanguínea e passam pelo fígado, onde parte do estrogênio é transformado em compostos inativos. Esses compostos se misturam à bile e voltam ao trato gastrointestinal, onde parte sofre ação de bactérias gerando estrogênio ativo que pode ser reabsorvido aumentando o nível do hormônio circulante no sangue e garantindo o efeito contraceptivo. Logo, o uso de antibióticos que destroem bactérias intestinais levaria a diminuição de estrogênio ativo no sangue.
Além dos antibióticos, outros fármacos também são capazes de alterar a função de anticoncepcionais orais, por exemplo, fenitoína, carbamazepina, oxcarbazepina, barbitúricos e topiramato, que podem alterar enzimas hepáticas afetando a metabolização de CO.
Diante dessas informações sobre a existência das interações medicamentosas, especialmente quanto ao uso de contracepção oral, fica fácil entender a importância de se consultar o médico antes de usar qualquer medicação ou substância, como também a relevância de sempre informar seu médico sobre todos os medicamentos que você usa. Assim, na próxima vez que você for a seu médico, pergunte a ele se o tratamento de alguma comorbidade sua pode alterar o funcionamento do seu anticoncepcional; em caso de dúvida, use camisinha!
Ligantes Douglas e Sarah.
Referências Bibliográficas:
SOUZA, Fabiane Ribeiro, et al. Associação de antibióticos e contraceptivos orais. Salvador: Rev. Ci. méd. biol, 2005.
MATOS, Helen J., et al. Estudo da interação medicamentosa entre anticoncepcionais e antibióticos em alunas do centro universitário Estácio de Sá de Santa Catarina. Santa Catarina: Revista Eletrônica Estácio Saúde, 2014.
Goodman & Gilman. As Bases Farmacológicas da Terapêutica. , Ed. Guanabara Koogan , 10a Edição Mc Graw-Hill (2003) ou 11a edição, 2005
GOLAN, David E. Princípios de farmacologia: a base fisiopatológica da farmacoterapia. 2. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2009
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