terça-feira, 1 de novembro de 2016

TABAGISMO: Como pode me prejudicar? Como parar?

Sempre ouvimos falar que produtos derivados de tabaco como cigarro, charuto, cachimbo, fumo de rolo, rapé e outros fazem mal à saúde. Mas você sabe o porquê dessas substâncias serem tão prejudiciais? A LACLiM vem por meio desse texto informar você. 

Todos os derivados do tabaco são nocivos à saúde. Cerca de 4.720 substâncias tóxicas são introduzidas no organismo quando se faz uso desses produtos, incluindo nicotina (responsável pela dependência química), monóxido de carbono (o mesmo gás venenoso que sai do escapamento de automóveis) e alcatrão, que é constituído por aproximadamente 60 substâncias cancerígenas, como agrotóxicos e elementos radioativos. A fumaça do cigarro chega ao organismo sendo inalada para os pulmões, distribuindo-se para o sistema circulatório fazendo com que a nicotina chegue rapidamente ao cérebro. Como todo o volume de sangue do corpo percorre os pulmões, as substâncias inaladas espalham-se pelo organismo em pouquíssimo tempo. Para que a fumaça atinja o organismo não necessariamente precisa ser tragada, pois, a partir da absorção pela cavidade oral, a nicotina também atinge o cérebro em poucos segundos. 

O tabagismo tem relação com cerca de 50 enfermidades, dentre elas vários tipos de câncer (pulmão, laringe, faringe, esôfago, estômago, pâncreas, fígado, rim, bexiga, colo de útero, leucemia), doenças do aparelho respiratório (enfisema pulmonar, bronquite crônica, asma, infecções respiratórias), doenças cardiovasculares (angina, infarto agudo do miocárdio, hipertensão arterial, aneurismas, acidente vascular cerebral, tromboses). Há ainda, outras doenças relacionadas ao tabagismo: úlcera do aparelho digestivo; osteoporose; depressão; catarata; impotência sexual no homem; infertilidade na mulher; menopausa precoce e complicações na gravidez. Estima-se que, no Brasil, a cada ano, 200 mil pessoas morram precocemente devido às doenças causadas pelo tabagismo. 

Quem fuma oferece risco não só a si mesmo como também a todos os que vivem no mesmo ambiente. Os não fumantes que respiram a fumaça do tabaco têm um risco maior de desenvolver doenças relacionadas ao tabagismo, pois fumaça que sai pela ponta do cigarro contém em média três vezes mais nicotina, três vezes mais monóxido de carbono e até 50 vezes mais substâncias cancerígenas do que a fumaça que o fumante inala. Segundo a OMS cerca de 200 mil pessoas morrem diariamente em decorrência de doenças ligadas à exposição ao cigarro; exemplo disso foi a Irlanda - primeiro país a proibir o fumo em lugares públicos e locais de trabalho - em que houve relato de melhora dos desfechos de saúde e não houve queda nas atividades de trabalho.

O Ministério da Saúde juntamente com as secretarias estaduais e municipais de Saúde vem organizando desde 2002 uma rede de unidades de saúde do SUS para oferecer tratamento do tabagismo para os fumantes que desejam parar de fumar. O paciente fumante recebe orientações de como deixar de fumar, como resistir à vontade de fumar, e principalmente como viver sem cigarro. São fornecidos medicamentos gratuitos com o objetivo de reduzir os sintomas da síndrome de abstinência à nicotina. Portanto, se você já tentou parar e não conseguiu, procure ajuda no serviço de saúde do seu município e não desista. Estudos mostram que em média um ex-fumante tenta parar de fumar entre três a quatro vezes até conseguir definitivamente. A cada tentativa, se conhece as maiores dificuldades e aprende-se a controlá-las. 

A vontade individual de parar de fumar é o principal fator para cessar o tabagismo, e, para que essa vontade não diminua, é altamente recomendado que o fumante busque apoio e ajuda de amigos e familiares, reforçando sempre cada conquista alcançada pelo fumante.

Outro ponto fundamental é a procura de profissionais capacitados a auxiliar na parada do vício, eles ajudam no incentivo à parada com a psicoterapia e com a terapia medicamentosa, que reduz os sintomas da abstinência (grande fantasma do ato de parar de fumar), além de promoverem grupos de compartilhamento de experiências que são enriquecedoras e encorajadoras para aquele que pensa em parar.

O acervo de práticas substitutivas e mudanças de hábitos também foi relatado que ajudam a parar de fumar, são alguns exemplos: consumir balas, praticar exercícios, ingerir água, livrar-se de esqueiro e cinzeiro, utilizar objetos que simulem o cigarro, dar-se presentes, escovar os dentes com maior frequência.

Há também a terapia famacológica que pode ser associada no processo de parar de fumar. Os principais medicamentos utilizados e mais estudados são antidepressivos, nicotina substitutiva e agentes similares à nicotina (agonistas de receptores nicotínicos), além de outros que estão com estudos em andamento. Os fármacos têm demonstrado eficácia na luta para parar de fumar, mas é muito importante que a pessoa tenha adesão ao tratamento. Apesar de gerar estranheza, o uso da nicotina no tratamento é feito para diminuir os sintomas da abstinência e o ato em si de fumar novos cigarros, sendo que, uma vez que os hábitos de fumante são perdidos, é feita uma retirada gradual da nicotina para diminuir os sintomas de abstinência nessa retirada. Os antidepressivos, por sua vez, não estão muito esclarecidos (apesar da eficácia comprovada), mas acredita-se que a nicotina também gere um efeito antidepressivo e esses medicamentos substituiriam-na.



Ligantes André e Lilia

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS: 

1. INCA- Programa Nacional de Controle do Tabagismo
2. Echer, Isabel Cristina, Sérgio Saldanha Menna Barreto, and Giordana de Cássia Pinheiro da Motta. "Fatores que contribuem para o abandono do tabagismo." Revista gaúcha de enfermagem. Porto Alegre. Vol. 28, n. 3 (set. 2007), p. 350-358 (2007)
3. Wannmacher, Lenita. "Tratamento medicamentoso antitabagismo." Uso Racional de Medicamentos: temas selecionados 4.4 (2007): 1-6.

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