sexta-feira, 12 de maio de 2017

Sinal de Müller

 

No sinal clínico desta semana falaremos sobre cardiologia! Mais especificamente sobre a Insuficiência Aórtica, doença valvar caracterizada pelo fluxo retrógado de sangue, durante a diástole ventricular, da aorta para o ventrículo esquerdo cujas etiologias mais comuns são: anormalidades nos folhetos valvares que levam à incompetência da valva aórtica por si só ou por anormalidades na parte proximal da raiz da aorta.


 

Uma vez apresentada esta doença, falaremos um pouco sobre os sinais clínicos os quais são o nosso foco nesta postagem! Mais especificamente sobre o sinal de Müller! Que nada mais é que a presença de pulsação sistólicas visualizadas na úvula. Acredita-se que a origem deste sinal está vinculada à fisiopatologia da doença. Vamos entender! Conforme já mencionado, o que ocorre na Insuficiência Aórtica é um regurgitamento de um determinado volume de sangue ao ventrículo esquerdo ao fim da sístole e início da diástole, sobrecarregando-o. Diante disso, o ventrículo esquerdo necessita bombear um volume de ejeção total maior, isto é, o volume de sangue que vem do átrio esquerdo por si só acrescido pelo volume de sangue que retorna da aorta em virtude de uma incompetência valvar. Lembre-se que as valvas cardíacas possuem a função de impedir o fluxo retrógado quando estão fechadas. Devido à pressão de pulso ser proporcional ao volume de ejeção, bem como à elastância da aorta, o volume de ejeção elevado aumenta a pressão sistólica, o que explicaria o sinal de Müller.

 

Diante de um ventrículo esquerdo hiperdinâmico, ejetando um grande volume a pressões elevadas para a circulação sistêmica, a Insuficiência Aórtica pode gerar uma miríade de outros sinais, como: pulso de Corrigan (elevação abrupta e declínio rápido do pulso carotídeo – “dança das carótidas”), sinal de Musset (leves oscilações da cabeça para baixo e para frente), pulso de Quincke (pletora sistólica e branqueamento diastólico no leito ungueal quando se faz uma tração suave sobre a unha) e dentre outros. À ausculta cardíaca, pode-se auscultar o conhecido sopro de Austin-Flint, ruído mesodiastólico produzido pelo jato regurgitante que se lança sobre a valva mitral, causando sua vibração.

Gostou do sinal de Müller? Curta, compartilhe e marque os amigos para conhecê-lo e aprender um pouco mais de Insuficiência Aórtica também!


Referências

Goldman, L. Cecil Medicina, 24ª edição, Rio de Janeiro, Elsevier
Serrano, JRCV Tratado de Cardiologia SOCESP, 2º edição, São Paulo, Manole.



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