Sinal de Müller
No sinal clínico desta
semana falaremos sobre cardiologia! Mais especificamente sobre a Insuficiência
Aórtica, doença valvar caracterizada pelo fluxo retrógado de sangue, durante a
diástole ventricular, da aorta para o ventrículo esquerdo cujas etiologias mais
comuns são: anormalidades nos folhetos valvares que levam à incompetência da
valva aórtica por si só ou por anormalidades na parte proximal da raiz da
aorta.
Uma vez apresentada esta
doença, falaremos um pouco sobre os sinais clínicos os quais são o nosso foco
nesta postagem! Mais especificamente sobre o sinal de Müller! Que nada mais é que a presença de pulsação sistólicas
visualizadas na úvula. Acredita-se que a origem deste sinal está vinculada à
fisiopatologia da doença. Vamos entender! Conforme já mencionado, o que ocorre
na Insuficiência Aórtica é um regurgitamento de um determinado volume de sangue
ao ventrículo esquerdo ao fim da sístole e início da diástole,
sobrecarregando-o. Diante disso, o ventrículo esquerdo necessita bombear um
volume de ejeção total maior, isto é, o volume de sangue que vem do átrio
esquerdo por si só acrescido pelo volume de sangue que retorna da aorta em
virtude de uma incompetência valvar. Lembre-se que as valvas cardíacas possuem
a função de impedir o fluxo retrógado quando estão fechadas. Devido à pressão
de pulso ser proporcional ao volume de ejeção, bem como à elastância da aorta,
o volume de ejeção elevado aumenta a pressão sistólica, o que explicaria o
sinal de Müller.
Diante de um ventrículo
esquerdo hiperdinâmico, ejetando um grande volume a pressões elevadas para a
circulação sistêmica, a Insuficiência Aórtica pode gerar uma miríade de outros
sinais, como: pulso de Corrigan
(elevação abrupta e declínio rápido do pulso carotídeo – “dança das carótidas”),
sinal de Musset (leves oscilações da cabeça para baixo e para frente), pulso de
Quincke (pletora sistólica e branqueamento diastólico no leito ungueal quando
se faz uma tração suave sobre a unha) e dentre outros. À ausculta cardíaca,
pode-se auscultar o conhecido sopro de Austin-Flint, ruído mesodiastólico
produzido pelo jato regurgitante que se lança sobre a valva mitral, causando
sua vibração.
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um pouco mais de Insuficiência Aórtica também!
Vídeo do sinal de Müller: http://www.nejm.org/doi/full/10.1056/NEJMicm1201418
Referências
Goldman,
L. Cecil Medicina, 24ª edição, Rio de Janeiro, Elsevier
Serrano,
JRCV Tratado de Cardiologia SOCESP, 2º edição, São Paulo, Manole.
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