segunda-feira, 28 de novembro de 2016

 INTERAÇÃO MEDICAMENTOSA: ANTICONCEPCIONAL. 

Qual seu método de evitar a gravidez? Usa contraceptivo oral? Então vem com a LACliM entender quais remédios podem dificultar a ação do seu anticoncepcional!

O uso de medicamentos constitui uma das principais vertentes de tratamento para a grande maioria das doenças reconhecidas pela medicina atualmente. A descoberta de substâncias capazes de produzir efeitos no corpo humano favoráveis em determinadas condições de saúde, sem dúvida, proporcionou um grande avanço da expectativa de vida na espécie humana, seja pela prevenção de agravos de saúde, seja pela minimização de danos e risco de morte aos doentes. 
Não são raros os casos em que um indivíduo tenha que fazer uso contínuo de mais de uma medicação para uma única doença ou mesmo apresente mais de uma doença que requerem uso de várias medicações. Além de depender da doença, da condição de saúde do paciente e do grau de adoecimento, a prescrição médica também leva em consideração as possíveis interações entre diferentes tipos de fármaco. As chamadas interações medicamentosas, definidas como alterações nos efeitos de um medicamento em razão da ingestão simultânea de outro medicamento ou substância (incluindo alimentos), não só afetam o tratamento da doença, pela perda ou modificação do efeito terapêutico, como também podem causar danos à saúde do indivíduo, por meio da formação de compostos deletérios ao organismo. 
Um exemplo muito comum de interação medicamentosa que afeta diretamente a vida das mulheres envolve o uso de anticoncepcionais orais. A taxa de insucesso dos contraceptivos orais combinados, independentemente do uso concomitante com outros fármacos, é de 1%, quando administrados de forma regular e adequada, ou seja, a medicação deve ser ingerida todos os dias, sempre no mesmo horário. Porém, a utilização de anticoncepcionais orais destinados à prevenção de gravidez tem ação sabidamente modificada por algumas classes farmacológicas de antibióticos e anticonvulsivantes.

No ano de 1971, ocorreu o primeiro relato de fracasso dos contraceptivos orais (CO) quando do uso concomitante de Rifampicina, antibiótico de amplo espectro, utilizado no tratamento da tuberculose, levando então a estudos para identificar os mecanismos que justifiquem esse efeito. Eles são:

1. O aumento da excreção urinária ou fecal do CO, pela redução da flora intestinal bacteriana causada pelos antibióticos, o que resultaria em diarréia antibiótico-induzida. 

2. Farmacocinética: interferindo na biotransformação do CO. Os hormônios da pílula são absorvidos no trato gastrointestinal, caem na corrente sanguínea e passam pelo fígado, onde parte do estrogênio é transformado em compostos inativos. Esses compostos se misturam à bile e voltam ao trato gastrointestinal, onde parte sofre ação de bactérias gerando estrogênio ativo que pode ser reabsorvido aumentando o nível do hormônio circulante no sangue e garantindo o efeito contraceptivo. Logo, o uso de antibióticos que destroem bactérias intestinais levaria a diminuição de estrogênio ativo no sangue.

Além dos antibióticos, outros fármacos também são capazes de alterar a função de anticoncepcionais orais, por exemplo, fenitoína, carbamazepina, oxcarbazepina, barbitúricos e topiramato, que podem alterar enzimas hepáticas afetando a metabolização de CO.
Diante dessas informações sobre a existência das interações medicamentosas, especialmente quanto ao uso de contracepção oral, fica fácil entender a importância de se consultar o médico antes de usar qualquer medicação ou substância, como também a relevância de sempre informar seu médico sobre todos os medicamentos que você usa. Assim, na próxima vez que você for a seu médico, pergunte a ele se o tratamento de alguma comorbidade sua pode alterar o funcionamento do seu anticoncepcional; em caso de dúvida, use camisinha!
Ligantes Douglas e Sarah.

Referências Bibliográficas: 
SOUZA, Fabiane Ribeiro, et al. Associação de antibióticos e contraceptivos orais. Salvador: Rev. Ci. méd. biol, 2005.
MATOS, Helen J., et al. Estudo da interação medicamentosa entre anticoncepcionais e antibióticos em alunas do centro universitário Estácio de Sá de Santa Catarina. Santa Catarina: Revista Eletrônica Estácio Saúde, 2014.
Goodman & Gilman. As Bases Farmacológicas da Terapêutica. , Ed. Guanabara Koogan , 10a Edição Mc Graw-Hill (2003) ou 11a edição, 2005
GOLAN, David E. Princípios de farmacologia: a base fisiopatológica da farmacoterapia. 2. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2009







segunda-feira, 21 de novembro de 2016

OBESIDADE



A obesidade já se tornou uma das mais importantes epidemias do mundo moderno, sendo considerada um dos problemas mais comuns do estilo de vida atual. Engana-se quem a trata apenas como um problema estético ou de aceitação social. A obesidade é uma doença com mortalidade proporcional ao grau de sobrepeso. Quanto maior, mais grave. O excesso de peso ou a obesidade grave é um fator de risco crucial no desenvolvimento de muitas doenças crônicas. Assim, o obeso tem mais propensão a desenvolver problemas como hipertensão, doenças cardiovasculares, diabetes tipo 2, entre outras.
A prevalência da obesidade vem aumentando em praticamente todo o mundo, o que a torna um assunto crucial. No Brasil, cerca de 18 milhões de pessoas são consideradas obesas. Somando o total de indivíduos acima do peso, o montante chega a 70 milhões, o dobro de há três décadas. Assim, devido a estes números assustadores, a Organização Mundial de Saúde caracterizou a obesidade como um dos maiores problemas de saúde pública no mundo.

Mas afinal, o que seria obesidade exatamente? 

A obesidade é caracterizada pelo acúmulo excessivo de gordura corporal no indivíduo. Para o diagnóstico em adultos, o parâmetro mais utilizado comumente é o do índice de massa corporal (IMC).O IMC é calculado dividindo-se o peso do paciente pela sua altura elevada ao quadrado. É o padrão utilizado pela Organização Mundial da Saúde (OMS), que identifica o peso normal quando o resultado do cálculo do IMC está entre 18,5 e 24,9 e obeso quando o IMC está acima de 30. Clique no link a seguir e descubra o seu IMC pelo site da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia - http://www.endocrino.org.br/teste-seu-imc/
A causa da obesidade é complexa e multifatorial, resultando do patrimônio genético da pessoa, ambiente, estilos de vida, como os maus hábitos alimentares e o sedentarismo, fatores emocionais, dentre outros. Porém, o fato de haver forte influência genética na obesidade não indica que esta seja inevitável, devendo-se pôr em prática todos os esforços para tentar adequar o peso e realizar, assim, um importante trabalho preventivo, numa condição ligada a tantos efeitos deletérios em curto, médio e longo prazos.

Então, como tratar a obesidade?

Os avanços ocorridos em relação aos conhecimentos sobre a obesidade não foram acompanhados de grandes progressos no que se refere ao seu tratamento. Muitas estratégias de emagrecimento têm sido tentadas, mas, via de regra, perder peso e mantê-lo são extremamente difíceis na maioria dos casos. A perda de peso sempre dependerá de um balanço energético negativo, consequente à menor ingestão alimentar em relação ao gasto calórico. Assim, esta situação é alcançada com a combinação de uma redução da ingestão alimentar e do aumento da atividade física. 
Além disso,como já sabemos, a obesidade é uma doença multifatorial e complexa, desse modo, o controle dos fatores ambientais se faz necessário para combatê-la e preveni-la.No tratamento da obesidade deve-se objetivar, não só a perda de peso, mas também a correção dos fatores de risco cardiovascular, dependentes da resistência à insulina. A ideia de se reduzir o peso corporal de indivíduos obesos para valores consideráveis normais, através de dietas com conteúdo calórico muito baixo, vem sendo substituída por condutas que levam a um objetivo menos ambicioso e mais realista, pela impossibilidade de se conseguir, a longo prazo, atingir e manter o peso ideal na maioria dos casos.Não existe nenhum tratamento farmacológico em longo prazo que não envolva mudança de estilo de vida. Há várias opções de tratamento para a obesidade e o sobrepeso. Quanto maior o grau de excesso de peso, maior a gravidade da doença. Assim, a escolha do tratamento deve basear-se na gravidade do problema e na presença de complicações associadas, como a diabetes tipo 2, hipertensão arterial e dislipidemia.
Desse modo, considera-se sucesso no tratamento da obesidade a habilidade de atingir e manter uma perda de peso clinicamente útil, que resulte em efeitos benéficos sobre estas doenças associadas. O sucesso em longo prazo depende de constante vigilância na adequação do nível de atividade física e de ingestão de alimento, além de outros fatores, como apoio social, familiar e automonitorização. 

Idealmente, deve-se estabelecer o grau de obesidade no qual se aceita a intervenção com medicamentos em cada população, mas os critérios aceitos são: 

1) IMC de 30 kg/m2 ou 25 kg/m2 na presença de comorbidades; 

2) falha em perder peso com o tratamento não farmacológico. 

Existem, atualmente, cinco medicamentos registrados para tratar a obesidade no Brasil: dietil propiona (anfepramona), femproporex, mazindol, sibutramina e orlistate. Porém, deve-se sempre procurar o médico antes de iniciar qualquer tratamento.
Já em relação às dietas, o fator que dificulta o seu sucesso está relacionado a programas muito restritos em termos calóricos, que produzem em curto prazo perdas ponderais significativas. Isso porque o organismo apresenta uma tendência fisiológica de se "defender" contra as variações drásticas no seu peso corporal. Restrições no seu aporte alimentar levam à ativação de mecanismos compensatórios para minimizar a perda de peso, através da redução na taxa de metabolismo basal. Desse modo, um tratamento dietético que resulte em uma perda de peso mais modesta, mas que produza alterações mais estáveis é provavelmente mais favorável. Assim, perdas ponderais entre 5 e 10% do peso inicial podem ser suficientes para produzir alterações benéficas nos níveis de glicemia, no perfil lipídico do plasma e nos níveis da pressão arterial.
O total de calorias a ser consumida deve ser reduzido em 500 a 1000 kcal por dia, com base no cálculo de energia despendida pelo paciente. A dieta assim planejada é usualmente suficiente para produzir uma perda de peso entre 0,5 a 1,0 kg/semana. Recomendações gerais devem incluir aumento na ingestão de fibras, que produzem maior grau de saciedade, redução na absorção de sacarose, de álcool e de gorduras saturadas. 
A proporção normal de nutrientes deve ser mantida apesar da limitação calórica e adaptada ao perfil metabólico do paciente. Geralmente as proteínas devem satisfazer de 15 a 20% da quantidade total de calorias da dieta, carboidratos devem corresponder de 50 a 55% e as gorduras não devem ultrapassar 30% do conteúdo calórico total. Para melhorar a aderência do paciente à dieta é recomendável que esta se adapte aos seus gostos, fornecendo-lhe variadas opções de cardápio. Ao lado disso, o sucesso da dieta depende fundamentalmente do processo de reeducação alimentar, que faz parte da denominada terapia comportamental. Portanto, é de grande importância o acompanhamento com um nutricionista para a efetivação do tratamento.

Ligantes Camila Chagas e Kaique Veloso. 

Referências utilizadas:
- Diretrizes brasileiras de obesidade 2009/2010 / ABESO - Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e da Síndrome Metabólica. - 3.ed. - Itapevi, SP : AC Farmacêutica, 2009.
- I Diretriz Brasileira de Prevenção Cardiovascular.ArqBrasCardiol. 2013; 101(6Supl.2): 1-63.

quarta-feira, 9 de novembro de 2016

MENINGITE

A meningite é um processo inflamatório das meninges, membranas que envolvem o cérebro e a medula espinhal. Pode ser causada por diversos agentes infecciosos, como bactérias, vírus, parasitas e fungos, ou também por processos não infecciosos. As meningites bacterianas e virais são as mais importantes do ponto de vista da saúde pública, devido sua magnitude, capacidade de ocasionar surtos, e no caso da meningite bacteriana, a gravidade dos casos,podendo levar à morte ou danos no cérebro que podem deixar sequelas. No Brasil, A meningite é considerada uma doença endêmica, deste modo, casos da doença são esperados ao longo de todo o ano, com a ocorrência de surtos e epidemias ocasionais, sendo mais comum a ocorrência das meningites bacterianas no inverno e das virais no verão. O tipo de tratamento depende do agente que causa a doença: vírus, bactéria, fungos, parasitos, outros.Assim é necessária atenção ao sintomas para garantir que o diagnóstico e tratamento sejam realizados o mais breve possível .

Os sintomas são:

- febre 

- mal-estar

- vômitos

- dor forte de cabeça e no pescoço

- dificuldade para encostar o queixo no peito

-confusão mental

- sonolência 

- podem manchas vermelhas espalhadas pelo corpo. Esse é um sinal de que a infecção está se alastrando rapidamente pelo sangue e o risco de septicemia aumenta muito

- nos bebês, a moleira pode ficar elevada.

A doença pode ser transmitida da garganta de uma pessoa a outra, através de gotículas da tosse, espirro e beijo. A meningite nem sempre é transmitida por indivíduos doentes. Algumas pessoas (geralmente adultas) que abrigam o meningococo na garganta podem retransmiti-lo, mesmo sem estarem doentes: são os chamados portadores sãos.Assim são importante medidas de higiene, como :
Lavar as mãos frequentemente – ao chegar do trabalho, antes de preparar, servir ou comer alimentos: depois de usar o banheiro, após auxiliar uma criança a utilizar o banheiro, após trocar fralda, após assoar o nariz, tossir ou espirrar, proteger o nariz e a boca com o braço ao espirrar ou tossir.

-Não secar as mãos em toalhas úmidas. Em local coletivo utilizar de preferência toalhas descartáveis.

-Manter o ambiente limpo e arejado.

-Alimentos: lavar e desinfetar as frutas e verduras.

-Limpar os reservatórios de água de abastecimento com solução clorada.

-Utilizar filtro ou bebedouro para água potável.

-Desinfetar filtros e bebedouros regularmente com água clorada.

-Separar os utensílios de uso individual, em especial das crianças

Outra importante medida de prevenção é a VACINAÇÃO que faz parte do calendário de vacinação do SUS e também existem vacinas complementares na rede privada.A meningite atinge pessoas de todas as idades, sendo as crianças menores de cinco anos normalmente as mais afetadas.
Todos os tipos de meningite são de comunicação compulsória para as autoridades sanitárias. O diagnóstico baseia-se na avaliação clínica do paciente e no exame do líquor, líquido que envolve o sistema nervoso, para identificar o tipo do agente infeccioso envolvido.Se houver suspeita de meningite bacteriana, é fundamental introduzir os antibióticos adequados, antes mesmo de saírem os resultados do exame laboratorial e tratamento de suporte. Assim como para as outras enfermidades causadas por vírus, não existe tratamento específico para as meningites virais. Os medicamentos antitérmicos e analgésicos são úteis para aliviar os sintomas. O risco de sequelas graves cresce à medida que se retarda o diagnóstico e o início do tratamento. As lesões neurológicas que a doença provoca nesses casos podem ser irreversíveis.
Assim a divulgação de informações é um papel importante dos autoridades, profissionais de saúde e de todas a população , sendo fundamental para evitar doenças, diminuir a ansiedade e evitar o pânico e estabelecimento de diagnóstico e tratamento precoces.

terça-feira, 1 de novembro de 2016

TABAGISMO: Como pode me prejudicar? Como parar?

Sempre ouvimos falar que produtos derivados de tabaco como cigarro, charuto, cachimbo, fumo de rolo, rapé e outros fazem mal à saúde. Mas você sabe o porquê dessas substâncias serem tão prejudiciais? A LACLiM vem por meio desse texto informar você. 

Todos os derivados do tabaco são nocivos à saúde. Cerca de 4.720 substâncias tóxicas são introduzidas no organismo quando se faz uso desses produtos, incluindo nicotina (responsável pela dependência química), monóxido de carbono (o mesmo gás venenoso que sai do escapamento de automóveis) e alcatrão, que é constituído por aproximadamente 60 substâncias cancerígenas, como agrotóxicos e elementos radioativos. A fumaça do cigarro chega ao organismo sendo inalada para os pulmões, distribuindo-se para o sistema circulatório fazendo com que a nicotina chegue rapidamente ao cérebro. Como todo o volume de sangue do corpo percorre os pulmões, as substâncias inaladas espalham-se pelo organismo em pouquíssimo tempo. Para que a fumaça atinja o organismo não necessariamente precisa ser tragada, pois, a partir da absorção pela cavidade oral, a nicotina também atinge o cérebro em poucos segundos. 

O tabagismo tem relação com cerca de 50 enfermidades, dentre elas vários tipos de câncer (pulmão, laringe, faringe, esôfago, estômago, pâncreas, fígado, rim, bexiga, colo de útero, leucemia), doenças do aparelho respiratório (enfisema pulmonar, bronquite crônica, asma, infecções respiratórias), doenças cardiovasculares (angina, infarto agudo do miocárdio, hipertensão arterial, aneurismas, acidente vascular cerebral, tromboses). Há ainda, outras doenças relacionadas ao tabagismo: úlcera do aparelho digestivo; osteoporose; depressão; catarata; impotência sexual no homem; infertilidade na mulher; menopausa precoce e complicações na gravidez. Estima-se que, no Brasil, a cada ano, 200 mil pessoas morram precocemente devido às doenças causadas pelo tabagismo. 

Quem fuma oferece risco não só a si mesmo como também a todos os que vivem no mesmo ambiente. Os não fumantes que respiram a fumaça do tabaco têm um risco maior de desenvolver doenças relacionadas ao tabagismo, pois fumaça que sai pela ponta do cigarro contém em média três vezes mais nicotina, três vezes mais monóxido de carbono e até 50 vezes mais substâncias cancerígenas do que a fumaça que o fumante inala. Segundo a OMS cerca de 200 mil pessoas morrem diariamente em decorrência de doenças ligadas à exposição ao cigarro; exemplo disso foi a Irlanda - primeiro país a proibir o fumo em lugares públicos e locais de trabalho - em que houve relato de melhora dos desfechos de saúde e não houve queda nas atividades de trabalho.

O Ministério da Saúde juntamente com as secretarias estaduais e municipais de Saúde vem organizando desde 2002 uma rede de unidades de saúde do SUS para oferecer tratamento do tabagismo para os fumantes que desejam parar de fumar. O paciente fumante recebe orientações de como deixar de fumar, como resistir à vontade de fumar, e principalmente como viver sem cigarro. São fornecidos medicamentos gratuitos com o objetivo de reduzir os sintomas da síndrome de abstinência à nicotina. Portanto, se você já tentou parar e não conseguiu, procure ajuda no serviço de saúde do seu município e não desista. Estudos mostram que em média um ex-fumante tenta parar de fumar entre três a quatro vezes até conseguir definitivamente. A cada tentativa, se conhece as maiores dificuldades e aprende-se a controlá-las. 

A vontade individual de parar de fumar é o principal fator para cessar o tabagismo, e, para que essa vontade não diminua, é altamente recomendado que o fumante busque apoio e ajuda de amigos e familiares, reforçando sempre cada conquista alcançada pelo fumante.

Outro ponto fundamental é a procura de profissionais capacitados a auxiliar na parada do vício, eles ajudam no incentivo à parada com a psicoterapia e com a terapia medicamentosa, que reduz os sintomas da abstinência (grande fantasma do ato de parar de fumar), além de promoverem grupos de compartilhamento de experiências que são enriquecedoras e encorajadoras para aquele que pensa em parar.

O acervo de práticas substitutivas e mudanças de hábitos também foi relatado que ajudam a parar de fumar, são alguns exemplos: consumir balas, praticar exercícios, ingerir água, livrar-se de esqueiro e cinzeiro, utilizar objetos que simulem o cigarro, dar-se presentes, escovar os dentes com maior frequência.

Há também a terapia famacológica que pode ser associada no processo de parar de fumar. Os principais medicamentos utilizados e mais estudados são antidepressivos, nicotina substitutiva e agentes similares à nicotina (agonistas de receptores nicotínicos), além de outros que estão com estudos em andamento. Os fármacos têm demonstrado eficácia na luta para parar de fumar, mas é muito importante que a pessoa tenha adesão ao tratamento. Apesar de gerar estranheza, o uso da nicotina no tratamento é feito para diminuir os sintomas da abstinência e o ato em si de fumar novos cigarros, sendo que, uma vez que os hábitos de fumante são perdidos, é feita uma retirada gradual da nicotina para diminuir os sintomas de abstinência nessa retirada. Os antidepressivos, por sua vez, não estão muito esclarecidos (apesar da eficácia comprovada), mas acredita-se que a nicotina também gere um efeito antidepressivo e esses medicamentos substituiriam-na.



Ligantes André e Lilia

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS: 

1. INCA- Programa Nacional de Controle do Tabagismo
2. Echer, Isabel Cristina, Sérgio Saldanha Menna Barreto, and Giordana de Cássia Pinheiro da Motta. "Fatores que contribuem para o abandono do tabagismo." Revista gaúcha de enfermagem. Porto Alegre. Vol. 28, n. 3 (set. 2007), p. 350-358 (2007)
3. Wannmacher, Lenita. "Tratamento medicamentoso antitabagismo." Uso Racional de Medicamentos: temas selecionados 4.4 (2007): 1-6.