HIPERTENSÃO ARTERIAL? O QUE É ISSO?
1)
Introdução
Hipertensão
arterial, usualmente chamada de pressão alta, é quando a pressão que o sangue
exerce na parede das artérias para conseguir circular pelo corpo todo é muito
forte, a ponto de ultrapassar os limites considerados normais. Essa doença
silenciosa atinge cerca de 30% da população brasileira, o que corresponde a 30
milhões de hipertensos, porém apenas 3 milhões possuem a pressão controlada.
Considerada um dos fatores de risco de morbidade e mortalidade
cardiovasculares, seu alto custo social é responsável por cerca de 40% dos
casos de aposentadoria precoce no país.
A pressão se
eleva por vários motivos, mas principalmente porque os vasos nos quais o sangue
circula se contraem. Assim, de forma mais clara, é possível comparar o coração
e os vasos a uma torneira aberta ligada a vários esguichos. Se fecharmos a
ponta dos esguichos, a pressão interna aumenta. Desse modo, o mesmo fato ocorre
quando o coração bombeia o sangue e, portanto, se os vasos são estreitados, a
pressão sobe.
2)
Etiologia
Na maioria das
vezes, não conseguimos saber ao certo a causa da Hipertensão arterial, mas
sabemos que muitos fatores, tanto os não modificáveis, quanto os modificáveis,
podem ser igualmente responsáveis pelo aparecimento da doença. Os fatores não
modificáveis são:
-
Hereditariedade: algumas pessoas herdam a predisposição
à Hipertensão arterial, que pode apresentar-se em vários membros de uma família
-
Idade: o envelhecimento aumento o risco em ambos sexos.
-
Raça: pessoas negras são mais propensas a pressão alta
Já os fatores
modificáveis são:
-
Obesidade
-
Tabagismo
-
Excesso de sal
-
Álcool
-
Sedentarismo
-
Estresse
3)
Sintomas
Salvo os quadros
agudos de crise hipertensiva, são raros os casos de hipertensos que apresentam
algum tipo de sintoma, mesmo em níveis pressóricos bem elevados. Devido ao seu
aspecto assintomático, o diagnóstico de pressão alta é recebido muitas vezes com
resistência por parte dos pacientes, já que aparentemente ela não repercute em
nada na vida do indivíduo. Isso fica ainda mais complicado quando, mediante o
uso dos primeiros medicamentos, surgem alguns efeitos adversos e o hipertenso
acaba abandonando o tratamento. Apesar de não se manifestar diretamente através
de sintomas, a hipertensão é uma doença crônica perigosa que produz , a médio e
longo prazo, danos irreversíveis em vários órgãos-alvo, podendo comprometer
diversos sistemas e por em risco a vida dos seus portadores.
Os sintomas da
hipertensão arterial só surgem tardiamente, depois que algum órgão-alvo já
estiver com grave lesão. Na verdade, nestes casos, não são os sinais e sintomas
da hipertensão que é sentido, e sim os sinais e sintomas das consequências de
anos de hipertensão não tratada corretamente como, por exemplo, sintomas da
insuficiência cardíaca, do AVC, da retinopatia hipertensiva ou da insuficiência
renal. Assim, manifestações como dores de cabeça, vômito, falta de ar, agitação
e visão borrada decorrentes de lesões que afetam o coração, o cérebro, os olhos
e os rins em um indivíduo que apresenta hipertensão grave, prolongada e não
tratada devem ser investigados para iniciar o tratamento de forma mais precoce
possível, a fim de evitar futuros danos.
- sintomatologia relacionada a lesões de órgãos-alvo
4)
Diagnóstico
O diagnóstico de
hipertensão arterial é feito pelo médico a partir de no mínimo duas medidas da
pressão arterial sistêmica, realizada em ocasiões diferentes e em condições
adequadas (paciente relaxado, em repouso e isento de fatores sabidamente
hipertensivos - estresse, emoção, atividade física prévia, entre outros). A
detecção de valores pressóricos acima do níveis normais em ambas as medidas ou
a detecção de pressão arterial sistólica acima 170:110 mmHg (17 por 11) em uma
única medida configura o diagnóstico de hipertensão arterial sistêmica. Assim,
a pressão arterial que pode ser classificada em:
Além da aferir a pressão arterial, é
comum a solicitação de outros exames, que tem como objetivo realizar uma
avaliação inicial do paciente hipertenso. São exames complementares de rotina:
Análise de urina (EAS, Urina tipo 1 ou sumário de urina); Potássio plasmático;
Creatinina plasmática e estimativa da taxa de filtração glomerular; Glicemia de
jejum; Colesterol total, HDL, triglicerideos plasmáticos; Ácido úrico
plasmático; Eletrocardiograma.
5)
Tratamento
O
tratamento da hipertensão arterial sistêmica tem como principal objetivo a
diminuição da pressão alta para níveis aceitáveis e a redução do risco
cardiovascular. Ele pode ser dividido em não-medicamentoso e medicamentoso.
As principais
estratégias de tratamento não medicamentoso incluem: controle de peso; adoção
de hábitos alimentares saudáveis; redução do consumo de bebidas alcoólicas;
abandono de tabagismo; prática de atividade física regular. A redução do Índice
de Massa Corporal (IMC) para valores inferiores a 25 kg/m² e da circunferência
da cintura para níveis inferiores a 102 cm para homens ou 88 cm para mulheres
está diretamente associada a redução da pressão arterial. Em relação a dieta, o
consumo de sódio <2,4 g/dia - equivalente a 6 gramas de sal de cozinha -,
associado a uma dieta saudável, também mostrou-se um importante fator no
controle da pressão arterial em níveis adequados. Quanto a bebida alcoólica, o
recomendado é o consumo limitado a menos de 30 ml/dia para homens e 15 ml/dia
para mulheres. O tabagismo, por sua vez, é totalmente contra-indicado. Sobre a
atividade física, o aconselhado é a prática de pelo menos 30 minutos de
exercício físico de intensidade moderada, na maior parte dos dias da semana de
forma contínua ou acumulada.
Qualquer
medicamento anti-hipertensivo comercialmente disponível, desde que resguardadas
as indicações e contraindicações específicas, pode ser utilizado para o
tratamento da hipertensão arterial.. As principais classes farmacológicas e os
anti-hipertensivos disponíveis são:
A escolha
terapêutica leva em consideração o estágio da HAS, a presença de outros fatores
de risco cardiovasculares e as possíveis lesões de órgão-alvo. Por esse motivo,
é mandatório que todo tratamento, medicamentoso ou não, só deve ser seguido se
prescrito pelo médico, que é o profissional habilitado para determinar a
necessidade ou não do uso de medicamentos, bem como o medicamento mais adequado
para cada paciente.
6)
Recomendações
Tão importante
quanto o uso correto dos medicamentos, a mudança no estilo de vida é
indispensável para controlar a hipertensão arterial e evitar todos os riscos
que ela proporciona à saúde. Sendo assim, é essencial seguir algumas
recomendações que ajudarão a manter a pressão arterial em níveis ideais:
-
Sal: aprecie com moderação
O sal é um
mineral importante para o organismo e não deve ser eliminado da dieta do
hipertenso. Porém, seu uso deve ser feito com cautela, já que o consumo em
excesso pode levar ao aumento da pressão arterial, especialmente em pacientes
negros, com mais de 65 anos e portadores de diabetes.
-
Dieta saudável, coração saudável
A
adoção de uma dieta balanceada, rica em alimentos com baixo teor de gordura e
com aporte calórico adequado favorece não só para o controle da pressão
arterial como também para a saúde de todo o organismo
-
Não fume !!!
Dentre
os diversos malefícios causados pelo cigarro, está o aumento da resistência
vascular periférica, dado pelo estreitamento do calibre das artérias, que
dificulta a circulação sanguínea e, consequentemente, leva ao aumento da
pressão
-
No stress
Nos
dias atuais, situações de estresse, seja no trabalho, no trânsito ou no lar
estão cada vez mais presentes no cotidiano das pessoas. Procurar meios de se
proteger do acúmulo de estresse (atividades físicas, técnicas de relaxamento,
psicoterapia, horas de lazer) impede que, a médio e longo prazo, ele aumente o
nível pressórico basal
-
Siga as orientações médicas
É
fundamental que o hipertenso não altere ou modifique as doses ou o medicamento
prescrito sem o conhecimento prévio do médico. Em caso de qualquer dúvida ou
reações adversas, procure sempre seu médico.
-
Pressão arterial de cada dia
Recomenda-se
que o hipertenso meça regularmente - na frequência indicada pelo médico - a
pressão arterial e anote os valores. Essa medida é importante para se avaliar a
efetividade do tratamento e o status de controle da hipertensão.
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