sexta-feira, 12 de agosto de 2016

VITILIGO

O vitiligo é uma doença caracterizada pela perda da coloração da pele. As lesões formam-se devido à diminuição ou ausência de melanócitos (as células responsáveis pela formação da melanina, pigmento que dá cor à pele) nos locais afetados. As causas da doença ainda não estão claramente estabelecidas, mas fenômenos autoimunes parecem estar associados ao vitiligo. Além disso, alterações ou traumas emocionais podem estar entre os fatores que desencadeiam ou agravam a doença.
As lesões cutâneas são de hipopigmentação, ou seja, manchas brancas na pele com uma distribuição característica. O tamanho das manchas é variável.A maioria dos pacientes de vitiligo não manifesta qualquer sintoma além do surgimento de manchas brancas na pele. Entretanto, em alguns casos, os pacientes relatam sentir sensibilidade e dor na área afetada.
O vitiligo pode ter um acometimento focal, unilateral segmentar, vulgar ou universal, como mostra a imagem abaixo:


O diagnóstico do vitiligo é essencialmente clínico, pois as manchas hipopigmentadas têm geralmente localização e distribuição características. A biópsia cutânea revela a ausência completa de melanócitos nas zonas afetadas, exceto nos bordos da lesão, e o exame com lâmpada de Wood é fundamental nos pacientes de pele branca, para detecção das áreas de vitiligo.As análises sanguíneas deverão incluir um estudo imunológico que poderá revelar a presença de outras doenças autoimunes como o lupus eritematoso sistémico e da doença de Addison. O histórico familiar também é considerado. 
Em relação ao tratamento, a maior preocupação são os sintomas emocionais que os pacientes podem desenvolver em decorrência da doença. Por isso, em alguns casos, recomenda-se o acompanhamento psicológico.Entre as formas de tratamento da doença incluem-se tratamento medicamentoso com o uso de corticoides tópico ou oral, fotoquimioterapia, transplante de melanócitos, entre outros. É importante que o tratamento seja acompanhado por um dermatologista.
Basicamente existem dois objetivos ao tratar o paciente com vitiligo. Uma delas, a mais indicada, é restaurar os melanócitos "perdidos" com técnicas que estimulem os melanócitos locais e vizinhos; entretanto, isso nem sempre é possível. Assim, existe uma segunda linha de tratamento em que os melanócitos sadios são destruídos com a aplicação de um produto químico, o monobenzil éter de hidroquinona. Trata-se de uma técnica simples, mas que requer a utilização do produto por longos períodos. Esse último foi o tratamento utilizado por Michael Jackson.A principal indicação é para adultos com mais de 50% de superfície corporal acometida e, sobretudo, capazes de reconhecer que esse processo irá alterar bastante sua fisionomia e exigirá cuidados especiais com o sol por toda a vida.
Não existem formas de prevenção do vitiligo. Em pacientes com diagnóstico de vitiligo, deve-se evitar os fatores que possam precipitar o aparecimento de novas lesões ou acentuar as já existentes. Evitar o uso de vestuário apertado, ou que provoque atrito ou pressão sobre a pele, e diminuir a exposição solar. Controlar o estresse é outra medida importante.



Vitiligo. STEINER, Denise et al. An. Bras. Dermatol. [online]. 2004, vol.79, n.3, pp.335-351.Disponível em: http://www.scielo.br/scieloOrg/php/citedScielo.php?pid=S036505962004000300010&1ang=en












terça-feira, 9 de agosto de 2016

QUANDO DESCONFIAR E TER CERTEZA DE UMA GESTAÇÃO?

O diagnóstico de gravidez pode ser clínico, laboratorial e ultrassonográfico. O conhecimento popular acerca deste tema é bem prevalente, então queremos neste post não apenas citar mas também explicar o motivo pelo qual os sintomas ocorrem! Para isso, limitaremos a falar sobre o diagnóstico clinico!

Podemos o dividir basicamente em 4 tópicos. (Sintomas e sinais de presunção, Sinais de probabilidade e sinais de certeza).

1. Sintomas de presunção. Normalmente são as queixas iniciais mais frequentes da grávida. Seriam:

a. Náuseas:são ocasionadas pela adaptação materna ao hormônio produzido durante a gestação, a gonadotrofina coriônica humana.

b. Polaciúria (aumento do número de vezes que vai ao banheiro): com o crescimento uterino ocorre um compressão da bexiga, o que leva a uma menor capacidade em reter e acumular a urina. Com isso a gestante vai mais vezes ao banheiro, mas tendo um volume urinário menor (polaciúria).

c. Fadiga e sonolência: isso ocorre devido a uma vasodilatação,aumenta o volume de sangue que passa em alguns lugares do organismo materno, ocasionando uma redução do fluxo sanguíneo e estes sintomas.

d. Percepção da MÂE aos movimentos fetais. Se for a primeira gestação esses movimentos podem ser percebidos em torno da 20 semana. Agora em uma gestante que já teve gestações anteriores podem ser percebidos em torno da 16 semana.

2. Sinais de Presunção: São alterações que muitas vezes podem ser notadas e não apenas relatas pela gestante!

a. Atraso menstrual: normalmente este é o primeiro a ser notado! Ocorre devido a manutenção da Progesterona (tipo de hormônio)  pelo organismo evitando assim a descamação uterina e perda do bebê.

b. Modificação mamárias: as mamas ficam doloridas devido ao maior volume de sangue; escurecimento da região do mamilo; podem sair secreções que chamamos de colostro; o aumento da circulação das veias permite observar uma rede sob a pele transparente; os limites mamários podem ficar imprecisos.

c. Alterações do muco cervical (secreção): Com o aumento da progesterona irá ocorrer uma mudança no padrão de cristalização, alterando a aparência da secreção.

d. E por última as alterações cutâneas, que ocorrem devido a uma hiperpigmentação decorrente do aumento de melanina. São o cloasma gravídico, que aparece na região facial como manchas escurecidas e a linha nigra que aparece na região medial do abdome. 

3. Há ainda os Sinais de probabilidade, que são decorrentes das transformações da forma do corpo devido a gestação. E são encontrados durante o exame clínico ou no toque vaginal pelo médico!

4. Já os sinais de certeza são os mais fidedignos da gestação. São eles:

a. Ausculta dos batimentos fetais: É o mais utilizado, e gera grande ansiedade para a gestante. Então é sempre bom lembrar que pelo aparelho (Sonar Doppler) os batimentos serão ouvidos a partir da 12 semana de gestação e pelo Pinard só pela 20 semana.

b. Percepção indireta do feto, através do toque vaginal, a partir da 14 semana. E a percepção dos movimentos fetais pelo MÉDICO a partir da 20 semana.

Existe ainda o exame laboratorial no qual se faz a dosagem do BHCG . 

sábado, 6 de agosto de 2016

DEPRESSÃO

Introdução 

A depressão pode ser definida como uma doença da mente e do corpo que se caracteriza por afetar o estado de humor da pessoa em qualquer ciclo da vida, deixando-a com um predomínio anormal de tristeza e diminuição de sua energia. Diagnosticada como doença há menos de 50 anos, a depressão é atualmente a quarta causa de incapacidade no mundo e deverá ser a segunda até 2020, de acordo com a a Organização Mundial da Saúde (OMS). Estima-se que no mundo todo o número de pessoas afetadas chega a 350 milhões. Só no Brasil, a estimativa é de 10 milhões de casos, com prevalência entre 10,8 % ao ano, o maior de todos os índices registrados em outros países no ano de 2011. Dados epidemiológicos mostram que há um predomínio do sexo feminino em relação ao masculino (2:1) em adultos, bem como em solteiros, minorias étnicas e áreas rurais.
As causas envolvidas na depressão ainda são incertas e, atualmente, fala-se mais em um caráter multifatorial, resultante de fatores genéticos (genes que conferem maior ou menor vulnerabilidade à doença), biológicos (disfunção de monoaminas como serotonina, dopamina e noradrenalina; fatores humorais e inflamatórios; lesão ou disfunção cerebral) e ambientais (estresse, más condições de vida). 

Manifestações clínicas 

São sintomas de depressão:
● Humor depressivo ou irritabilidade, ansiedade e angústia;

● Desânimo, cansaço fácil, necessidade de maior esforço para fazer as tarefas diárias;

● Diminuição ou incapacidade de sentir alegria e prazer em atividades anteriormente consideradas agradáveis e prazerosas;

● Desinteresse, falta de motivação, apatia e indecisão;

● Sentimentos de medo, insegurança, desesperança, desespero, desamparo e vazio;

● Pessimismo, ideias frequentes e desproporcionais de culpa, baixa autoestima, sensação de falta de sentido na vida, inutilidade, ruína, fracasso, doença ou morte;

● Interpretação distorcida e negativa da realidade;

● Dificuldade de concentração, raciocínio mais lento e esquecimento frequente;

● Perda ou aumento do apetite e do peso;

● Insônia (dificuldade de conciliar o sono, múltiplos despertares ou sensação de sono muito superficial), despertar matinal precoce (geralmente duas horas antes do horário habitual) ou, menos frequentemente, aumento do sono (dorme demais e mesmo assim fica com sono a maior parte do tempo);

● Dores e outros sintomas físicos não justificados por problemas médicos, como dores de barriga, má digestão, azia, diarreia, constipação, flatulência, tensão na nuca e nos ombros, dor de cabeça ou no corpo, sensação de corpo pesado ou de pressão no peito, entre outros.

Diagnóstico

Como forma de diagnóstico da doença, foram criados critérios de acordo com os sintomas mais característicos. Portanto, denomina-se depressão quando há a presença de, pelo menos, humor deprimido e/ou perda de interesse ou prazer, durante o mesmo período de 2 semanas. Além disso, o indivíduo deve apresentar cinco ou mais dos seguintes sintomas:
1. Humor deprimido na maior parte do dia, quase todos os dias, conforme relatado pelo próprio paciente (p. ex., sente-se triste, vazio ou sem esperança) ou por observação feita por outra pessoa (p. ex., parece choroso); 
2. Acentuada diminuição de interesse ou prazer em todas, ou quase todas, as atividades na maior parte do dia, quase todos os dias;
3. Perda ou ganho significativo de peso sem estar fazendo dieta (p. ex., mudança de mais de 5% do peso corporal em um mês) ou redução ou aumento no apetite quase todos os dias;
4. Insônia ou hipersonia quase diária;
5. Agitação ou lentificação quase todos os dias;
6. Fadiga ou perda de energia quase todos os dias;
7. Sentimentos de inutilidade ou culpa excessiva ou inapropriada quase todos os dias (não meramente autorrecriminação ou culpa por estar doente);
8. Capacidade diminuída para pensar ou se concentrar, ou indecisão quase todos os dias;
9. Pensamentos recorrentes de morte (não somente medo de morrer), ideação suicida recorrente, tentativa de suicídio ou plano específico para cometer suicídio.

Tratamento

A depressão é uma doença e como tal deve ser tratada. Atualmente, o tratamento ideal e eficaz inclui tanto o tratamento medicamentoso com antidepressivos, quanto o tratamento psicoterápico. Enquanto a medicação desempenha o papel de reequilíbrio orgânico, a psicoterapia aborda estratégias terapêuticas que focalizam pensamentos e comportamentos associados ao humor deprimido, no modo como se relacionam consigo mesmo, com o mundo e com as pessoas. Assim, essa modalidade promove um melhor enfrentamento dos problemas e alívio de sintomas, além de prevenir futuras recaídas. 

Prevenção 

Identificar os primeiros sinais de alarme é o primeiro passo para prevenir a depressão ou evitar a progressão da doença. O diagnóstico preciso e precoce está relacionado a melhor prognóstico, o que torna fundamental a procura de ajuda quando o próprio indivíduo ou seus familiares detectam sinais e sintomas sugestivos. 10% a 25% dos que procuram clínicos gerais têm quadro depressivo. 
Depressão é uma doença recorrente. Aqueles que já apresentaram um episódio na vida apresentam cerca de 50% de possibilidade de manifestar outro quadro; quando há história prévia de duas recidivas, as chances aumentam para 70%, e de três episódios, chegam até 90%. Sendo assim, é fundamental que os indivíduos que já tiveram depressão procurem sempre estar em dia com a saúde física e principalmente mental, fazendo um adequado acompanhamento com profissionais de saúde habilitados. 

Terminou a leitura? Ótimo, Dr. Drauzio Varella quer trocar uma palavrinha com você (é rapidinho, não vai demorar)…