terça-feira, 28 de junho de 2016

USO RACIONAL DO ANTIMICROBIANO

Desde os primórdios da sociedade, o homem busca a cura para diversas doenças, a fim de manter sua sobrevivência. A descoberta da penicilina, em 1928, por Alexander Fleming foi um marco importante para o combate a infecções, sendo descoberta acidentalmente por meio de uma amostra de Staphylococcus aureus que foi contaminada por esporos do fungo Penicilliumnotatum, que cresceram na placa gerando um halo de inibição de crescimento.



Ferreira, M. V. C., Paes, V. R., &Lichtenstein, A. (2008). Penicilina: oitenta anos. Revista de Medicina, 87(4), 272-276.



Após a descoberta e o desenvolvimento de outros antimicrobianos, foi possível estabelecer o tratamento de várias doenças que causavam incontáveis números de óbitos naquela época, como a tuberculose e sífilis.
No entanto, o uso indiscriminado de antibióticos para o tratamento de infecções para a qual estes não são recomendados, como doenças virais e autoimunes, levantou uma nova questão que se tornou mais grave nos últimos tempos: a resistência bacteriana a antibióticos.
O fenômeno da resistência bacteriana a antibióticos impõem limitações ao tratamento de diversas doenças causadas pela infecção bacteriana, representando grande perigo para a saúde pública. Pode-se entender este fenômeno como um desdobramento do princípio evolutivo dos seres vivos, sendo uma adaptação genética dos organismos a mudanças no meio ambiente. Dentre os principais mecanismos de resistência bacteriana, podemos destacar a destruição do antibiótico, efluxo contínuo do antibiótico e a modificação da estrutura-alvo.
Diante desse cenário, não é incomum o surgimento de cepas resistentes aos principais antibióticos utilizados para o tratamento de doenças consideradas comuns, como a faringoamigdalite estreptocócica. Em 2012, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), registrou quase 10 mil casos de bactérias resistentes a antimicrobianos nas UTIs dos hospitais brasileiros. A Organização Mundial de Saúde (OMS) publicou em maio de 2014 o primeiro relatório global sobre a resistência bacteriana - Global Strategy for ContainmentofAntimicrobialResistance. Segundo conclusão da OMS a resistência a antibióticos é uma "ameaça global" à saúde pública.
Dessa forma, é necessário a adoção de medidas para conter o avanço da resistência aos antibióticos, sendo para isso fundamental a participação dos médicos, dos farmacêuticos e sobretudo da comunidade.
O papel do médico consiste em estabelecer o diagnóstico correto, diferenciando as demais infecções de uma infecção bacteriana, preferencialmente com identificação do agente causal. A partir daí,o médico deve escolher o antibiótico considerando a sensibilidade do micro-organismo ao fármaco e a posologia adequada, incluindo doses, intervalo entre as ministrações e duração do tratamento, transmitindo todas essas informações ao paciente e esclarecendo eventuais dúvidas.
O farmacêutico, por sua vez, tem a função de avaliar as prescrições, propor o uso racional de medicamentos e prestar informação e orientação quanto ao uso desses. Ainda, devem cumprir as determinações da Resolução da Diretoria Colegiada (RDC) n° 44/2010 aprovada pela ANVISA, que permite a venda de antibióticos apenas mediante apresentação de receita médica em duas vias, válidas por 10 dias após a data da emissão, ficando uma via obrigatoriamente retida na farmácia.
Diante disso, é importante que a comunidade seja estimulada a contribuir na fiscalização da venda irregular de antibióticos por farmácias e drogarias por meio de denúncias junto a ANVISA.
A população deve ainda ser informada sobre as possíveis consequências do uso indiscriminado de antibióticos, que incluem além da seleção de cepas de bactérias resistentes, maior incidência de efeitos colaterais. Dentre os efeitos adversos mais observados estão: interação com outros medicamentos como anticoncepcionais, reações alérgicas, náuseas, vômitos e diarreia. 
O combate ao avanço da resistência bacteriana deve ser interesse de todos, e exige a implementação de políticas de conscientização com participação ativa dos profissionais de saúde e da comunidade. 




Cultura de Klebsiella Pneumoniae Carbapenemase, uma“superbactéria” identificada pela primeira vez nos Estados Unidos, em 2000.
http://drauziovarella.com.br/letras/k/infeccao-hospitalar/ 



Leitura Complementar e referências 


SILVEIRA, Gustavo Pozza et al. Estratégias utilizadas no combate a resistência bacteriana. Química Nova, v. 29, n. 4, p. 844, 2006.
Ferreira, M. V. C., Paes, V. R., &Lichtenstein, A. (2008). Penicilina: oitenta anos. Revista de Medicina, 87(4), 272-276.
Barbosa, Luciana Araújo; Latini, Ricardo Oliveira. RESISTÊNCIA BACTERIANA DECORRENTE DO USO ABUSIVO DE ANTIBIÓTICOS: informações relevantes para elaboração de programas educativos voltados para profissionais da saúde e para a comunidade.

quarta-feira, 15 de junho de 2016

SÍFILIS
A sífilis é uma doença sexualmente transmissível (DST) causada pela bactéria Treponema pallidum.Uma doença infectocontagiosa crônica que convive com a humanidade há bons séculos, sendo bem notório sua presença no século XV associada aos sonhos expansionistas europeus.
Pode ser transmitida por relação sexual sem camisinha com uma pessoa infectada através da penetração da bactéria em microscópicas feriadas ou abrasões na mucosa da vagina ou pênis.A transmissão congênitaé aquela adquirida pelo feto quando a mãe se encontra contaminada pelo Treponema pallidum durante a gestação. A sífilis na grávida pode causar aborto, parto prematuro, má formações e morte fetal.
Outras formas de transmissão mais raras são por via indireta(objetos contaminados, tatuagem) e por transfusãosanguínea.
Em relação a propagação e possíveis sinais/sintomas a sífilis se divide em: primária, secundária, terciária e latente assintomática.Nos estágios primário e secundário da infecção, a possibilidade de transmissão é maior.
Na sífilis primária apresenta-se uma ferida, geralmente única, no local de entrada da bactéria (pênis, vulva, vagina, colo uterino, ânus, boca, ou outros locais da pele), que aparece entre 10 a 90 dias após o contágio.Não dói, não coça, não arde e não tem pus, podendo estar acompanhada de ínguas (caroços) na virilha.Nas mulheres esta lesão pode passar despercebida, uma vez que é pequena (em média 1 cm de diâmetro), indolor e costuma ficar escondida entre os pelos pubianos ou dentro da vagina.
Na sífilis secundária os sinais e sintomas aparecem entre seis semanas e seis meses do aparecimento da ferida inicial e após a cicatrização espontânea.Surgem manchas no corpo, principalmente, nas palmas das mãos e plantas dos pés. Não coçam, mas podem surgir ínguas no corpo.A sintomatologia geral é discreta e incaracterística: mal-estar, astenia, anorexia, febre baixa, cefaléia, meningismo, artralgias, mialgias, periostite, faringite, rouquidão, hepatoesplenomegalia, síndrome nefrótica, glomerulonefrite, neurite do auditivo, iridociclite.
Já a Sífilis terciária pode surgir de dois a 40 anos depois do início da infecção.Costuma apresentar sinais e sintomas, principalmente lesões cutâneas, ósseas, cardiovasculares e neurológicas, podendo levar à morte.
A fase latente não há sintomas, mas os testes laboratoriais para sífilis são positivos. A fase latente é dividida em latente precoce, quando a contaminação pelo Treponema pallidum ocorreu há menos de 1 ano, ou latente tardia, nos casos de infecção há mais de um ano.
O teste rápido (TR) de sífilis está disponível nos serviços de saúde do SUS, sendo prático e de fácil execução para o diagnóstico da doença.É um teste de uso único para detecção de anticorpos específicos para Treponema pallidum. Pode ser realizado com amostra de sangue total, soro ou plasma. Além desse teste podem ser feitos outros exames de sorologia como: VDRL, RPR, FTA-abs, MHA-Tp, ELISA. 
O tratamento de escolha é a penicilina benzatina, sendo necessário procurar um profissional de saúde para diagnóstico e tratamento adequado, dependendo de cada estágio.
O uso correto e regular da camisinha masculina ou feminina é uma medida importante de prevenção da sífilis. O acompanhamento da gestante durante o pré-natal contribui para o controle da sífilis congênita.



Curiosidade:


Mercúrio, arsênico, bismuto e iodetos foraminicialmente usados na tentativa de tratar a sífilis, masmostraram baixa eficácia, toxidade e dificuldadesoperacionais. Também mostraram pouca eficácia tratamentosque, inspirados na pouca resistência do T.Palllidumao calor, preconizavam o aumento da temperaturacorporal por meios físicos como banhosquentes de vapor ou com a inoculação de plasmódiosna circulação (malarioterapia).


O melhor remédio para sífilis é a prevenção. Caso você tenha sífilis nada de mercúrio ou banhos quentes, o tratamento é simples com a penicilina!

Referências e leitura complementar:
Avelleira JCR, Bottino G. Sífilis: Diagnóstico, tratamento e controleAnBrasDermatol. 2006;81(2):111-26.
· http://www.aids.gov.br/pagina/sifilis consultado 12/06/2016

domingo, 12 de junho de 2016

CÂNCER DE PRÓSTATA
A próstata é um órgão que faz parte do aparelho reprodutor masculino e sua principal função é produzir parte do líquido que forma o sêmen ou “esperma’’, é uma glândula que só os homens têm. Fica logo abaixo da bexiga,na frente do reto, o canal que transporta urina,chama uretra, passa através dela. O tamanho da próstata varia com a idade,em homens mais jovens tem aproximadamente o tamanho de uma noz, mas pode ser muito maior em homens mais velhos. O câncer da próstata é uma consequência da transformação das células dos ácinos, que passam a se proliferarem de forma anormal e ganham a capacidade de invadir o órgão e até, em alguns casos, circular pelo corpo e produzir tumores em outras partes do corpo (chamado de metástase).
O principal fator de risco para o câncer da próstata é a idade. Quanto mais velha é a pessoa, maior a chance de desenvolver a doença. História familiar em parentes de primeiro grau também aumentam a chance de desenvolver a doença. Como são fatores que não podem ser mudados ou evitados, o importante é sempre estar atento aos sinais que o corpo pode dar e consultar o médico em caso de sintomas e/ou dúvidas. Os afrodescentes constituem um grupo de maior risco para desenvolver a doença. Outros fatores de risco têm sido pesquisados, mas ainda não é possível afirmar com certeza que eles estão associados ao câncer da próstata.
O câncer de próstata em estágio inicial geralmente não causa sintomas, enquanto em estágio avançado pode causar alguns, por exemplo:
-Fluxo urinário fraco ou interrompido.
-Vontade de urinar frequentemente à noite.
-dificuldade para urinar
 -sensação de não conseguir esvaziar completamente a bexiga
-Demora para sair a urina
-dificuldade de  segurar a urina até ir ao banheiro
O câncer de próstata pode ser diagnosticado por meio de exame físico (toque retal) e laboratorial (dosagem do PSA,que  é uma substância produzida pelas células da glândula prostática). Caso sejam constatados aumento da glândula ou PSA alterado, deve ser realizada uma biópsia para averiguar a presença de um tumor e se ele é maligno. Como a próstata fica logo na frente do reto, o exame permite que o médico sinta se há nódulos ou tecidos endurecidos, indicativos da existência de câncer, provavelmente em estágio inicial.
O tratamento depende  da idade do paciente,do quanto a doença penetrou na próstata e se há metástase ou não. Depende também da agressividade da doença, que é medida por uma escala chamada “Gleason” e do valor do PSA no sangue. Quando a doença está apenas na próstata, o tratamento é feito com a cirurgia de retirada da próstata ou através da radioterapia, associada muitas vezes a uma injeção para bloquear a produção dos hormônios masculinos. Entretanto, quando a doença invade os órgãos em volta da próstata ou quando já se apresenta com metástases, a cura não é mais possível e o objetivo do tratamento passa a ser frear o avanço da doença. Para isso, o tratamento deve ser inicialmente com o bloqueio da produção dos hormônios masculinos, e futuramente com a quimioterapia ou novas drogas que inibem a produção dos hormônios de forma mais potente.

A melhor forma de prevenir a doença é manter hábitos de vida saudável e “ouvir” o próprio corpo, comunicando o seu médico as alterações no funcionamento do seu organismo. Homens devem começar a fazer os exames preventivos aos 50 anos. Afrodescendentes ou homens com parentes de primeiro grau portadores de câncer de próstata antes dos 65 anos apresentam risco mais elevado de desenvolver a doença, portanto, devem começar a fazer os exames aos 45 anos.

quarta-feira, 1 de junho de 2016

HIPERTENSÃO ARTERIAL? O QUE É ISSO?

1)    Introdução

Hipertensão arterial, usualmente chamada de pressão alta, é quando a pressão que o sangue exerce na parede das artérias para conseguir circular pelo corpo todo é muito forte, a ponto de ultrapassar os limites considerados normais. Essa doença silenciosa atinge cerca de 30% da população brasileira, o que corresponde a 30 milhões de hipertensos, porém apenas 3 milhões possuem a pressão controlada. Considerada um dos fatores de risco de morbidade e mortalidade cardiovasculares, seu alto custo social é responsável por cerca de 40% dos casos de aposentadoria precoce no país. 
A pressão se eleva por vários motivos, mas principalmente porque os vasos nos quais o sangue circula se contraem. Assim, de forma mais clara, é possível comparar o coração e os vasos a uma torneira aberta ligada a vários esguichos. Se fecharmos a ponta dos esguichos, a pressão interna aumenta. Desse modo, o mesmo fato ocorre quando o coração bombeia o sangue e, portanto, se os vasos são estreitados, a pressão sobe.
           
2)    Etiologia

Na maioria das vezes, não conseguimos saber ao certo a causa da Hipertensão arterial, mas sabemos que muitos fatores, tanto os não modificáveis, quanto os modificáveis, podem ser igualmente responsáveis pelo aparecimento da doença. Os fatores não modificáveis são:
-       Hereditariedade: algumas pessoas herdam a predisposição à Hipertensão arterial, que pode apresentar-se em vários membros de uma família
-       Idade: o envelhecimento aumento o risco em ambos sexos.
-       Raça: pessoas negras são mais propensas a pressão alta
Já os fatores modificáveis são:
-       Obesidade
-       Tabagismo
-       Excesso de sal
-       Álcool
-       Sedentarismo
-       Estresse

3)    Sintomas

Salvo os quadros agudos de crise hipertensiva, são raros os casos de hipertensos que apresentam algum tipo de sintoma, mesmo em níveis pressóricos bem elevados. Devido ao seu aspecto assintomático, o diagnóstico de pressão alta é recebido muitas vezes com resistência por parte dos pacientes, já que aparentemente ela não repercute em nada na vida do indivíduo. Isso fica ainda mais complicado quando, mediante o uso dos primeiros medicamentos, surgem alguns efeitos adversos e o hipertenso acaba abandonando o tratamento. Apesar de não se manifestar diretamente através de sintomas, a hipertensão é uma doença crônica perigosa que produz , a médio e longo prazo, danos irreversíveis em vários órgãos-alvo, podendo comprometer diversos sistemas e por em risco a vida dos seus portadores.     
Os sintomas da hipertensão arterial só surgem tardiamente, depois que algum órgão-alvo já estiver com grave lesão. Na verdade, nestes casos, não são os sinais e sintomas da hipertensão que é sentido, e sim os sinais e sintomas das consequências de anos de hipertensão não tratada corretamente como, por exemplo, sintomas da insuficiência cardíaca, do AVC, da retinopatia hipertensiva ou da insuficiência renal. Assim, manifestações como dores de cabeça, vômito, falta de ar, agitação e visão borrada decorrentes de lesões que afetam o coração, o cérebro, os olhos e os rins em um indivíduo que apresenta hipertensão grave, prolongada e não tratada devem ser investigados para iniciar o tratamento de forma mais precoce possível, a fim de evitar futuros danos.

- sintomatologia relacionada a lesões de órgãos-alvo

4)    Diagnóstico
           
O diagnóstico de hipertensão arterial é feito pelo médico a partir de no mínimo duas medidas da pressão arterial sistêmica, realizada em ocasiões diferentes e em condições adequadas (paciente relaxado, em repouso e isento de fatores sabidamente hipertensivos - estresse, emoção, atividade física prévia, entre outros). A detecção de valores pressóricos acima do níveis normais em ambas as medidas ou a detecção de pressão arterial sistólica acima 170:110 mmHg (17 por 11) em uma única medida configura o diagnóstico de hipertensão arterial sistêmica. Assim, a pressão arterial que pode ser classificada em:
Além da aferir a pressão arterial, é comum a solicitação de outros exames, que tem como objetivo realizar uma avaliação inicial do paciente hipertenso. São exames complementares de rotina: Análise de urina (EAS, Urina tipo 1 ou sumário de urina); Potássio plasmático; Creatinina plasmática e estimativa da taxa de filtração glomerular; Glicemia de jejum; Colesterol total, HDL, triglicerideos plasmáticos; Ácido úrico plasmático; Eletrocardiograma.

5)    Tratamento

            O tratamento da hipertensão arterial sistêmica tem como principal objetivo a diminuição da pressão alta para níveis aceitáveis e a redução do risco cardiovascular. Ele pode ser dividido em não-medicamentoso e medicamentoso.
As principais estratégias de tratamento não medicamentoso incluem: controle de peso; adoção de hábitos alimentares saudáveis; redução do consumo de bebidas alcoólicas; abandono de tabagismo; prática de atividade física regular. A redução do Índice de Massa Corporal (IMC) para valores inferiores a 25 kg/m² e da circunferência da cintura para níveis inferiores a 102 cm para homens ou 88 cm para mulheres está diretamente associada a redução da pressão arterial. Em relação a dieta, o consumo de sódio <2,4 g/dia - equivalente a 6 gramas de sal de cozinha -, associado a uma dieta saudável, também mostrou-se um importante fator no controle da pressão arterial em níveis adequados. Quanto a bebida alcoólica, o recomendado é o consumo limitado a menos de 30 ml/dia para homens e 15 ml/dia para mulheres. O tabagismo, por sua vez, é totalmente contra-indicado. Sobre a atividade física, o aconselhado é a prática de pelo menos 30 minutos de exercício físico de intensidade moderada, na maior parte dos dias da semana de forma contínua ou acumulada.
Qualquer medicamento anti-hipertensivo comercialmente disponível, desde que resguardadas as indicações e contraindicações específicas, pode ser utilizado para o tratamento da hipertensão arterial.. As principais classes farmacológicas e os anti-hipertensivos disponíveis são:


A escolha terapêutica leva em consideração o estágio da HAS, a presença de outros fatores de risco cardiovasculares e as possíveis lesões de órgão-alvo. Por esse motivo, é mandatório que todo tratamento, medicamentoso ou não, só deve ser seguido se prescrito pelo médico, que é o profissional habilitado para determinar a necessidade ou não do uso de medicamentos, bem como o medicamento mais adequado para cada paciente.

6)    Recomendações

Tão importante quanto o uso correto dos medicamentos, a mudança no estilo de vida é indispensável para controlar a hipertensão arterial e evitar todos os riscos que ela proporciona à saúde. Sendo assim, é essencial seguir algumas recomendações que ajudarão a manter a pressão arterial em níveis ideais:
-       Sal: aprecie com moderação
O sal é um mineral importante para o organismo e não deve ser eliminado da dieta do hipertenso. Porém, seu uso deve ser feito com cautela, já que o consumo em excesso pode levar ao aumento da pressão arterial, especialmente em pacientes negros, com mais de 65 anos e portadores de diabetes.
-       Dieta saudável, coração saudável
            A adoção de uma dieta balanceada, rica em alimentos com baixo teor de gordura e com aporte calórico adequado favorece não só para o controle da pressão arterial como também para a saúde de todo o organismo
-       Não fume !!!
            Dentre os diversos malefícios causados pelo cigarro, está o aumento da resistência vascular periférica, dado pelo estreitamento do calibre das artérias, que dificulta a circulação sanguínea e, consequentemente, leva ao aumento da pressão
-       No stress
            Nos dias atuais, situações de estresse, seja no trabalho, no trânsito ou no lar estão cada vez mais presentes no cotidiano das pessoas. Procurar meios de se proteger do acúmulo de estresse (atividades físicas, técnicas de relaxamento, psicoterapia, horas de lazer) impede que, a médio e longo prazo, ele aumente o nível pressórico basal
-       Siga as orientações médicas
            É fundamental que o hipertenso não altere ou modifique as doses ou o medicamento prescrito sem o conhecimento prévio do médico. Em caso de qualquer dúvida ou reações adversas, procure sempre seu médico.
-       Pressão arterial de cada dia
            Recomenda-se que o hipertenso meça regularmente - na frequência indicada pelo médico - a pressão arterial e anote os valores. Essa medida é importante para se avaliar a efetividade do tratamento e o status de controle da hipertensão.