terça-feira, 12 de junho de 2018


Medicina para leigos - teste do reflexo vermelho (olhinho)



A visão é um órgão do sentido, que possui um sistema altamente complexo a fim de permitir o completo desenvolvimento neuropsicomotor do indivíduo e, principalmente, sua interação com o meio. Então uma baixa capacidade visual já na infância, implicaria na perda importante de aquisição das funções motoras, na linguagem e interação social.



Outro importante ponto é que após os primeiros 8, 9 anos de uma criança, uma doença que era reversível e tratável, e que está afetando a visão, pode provocar uma baixa acuidade visual para sempre. Isso acontece porque até essa idade a visão ainda está em desenvolvimento, então, após esse processo, se a criança possuía algum comprometimento que afetava a visão, o cérebro entende que não se enxerga daquele olho, gerando uma alteração permanente, o que é chamado de ambliopia.
Para isso, faz se necessário um rastreio, uma pesquisa nas crianças por alguma alteração, muitas vezes congênita, e com esse intuito existe o teste do olhinho. Esse teste pode ser feito por outros profissionais da saúde e usa uma fonte de luz vinda de um aparelho chamado oftalmoscópio direto, posicionado a uma distância de aproximadamente 30 cm de cada olho. Então, é possível visualizar o reflexo da luz incidida no olho da criança, o qual, normalmente, é vermelho devido a densidade de vasos sanguíneos na retina. Lembrando que a luz usada no aparelho tem baixa intensidade e não provoca nenhum dano para a criança.
Esse reflexo estará preservado quando as estruturas pela a luz passa estiverem com sua transparência natural, são elas: a córnea, o cristalino e o humor vítreo. Quando essa transparência não está normal, o reflexo deixa de ser vermelho para uma cor branca, chamada de leucocoria. Essa alteração pode estar presente na catarata congênita, retinoblastoma, toxocaríase, Doença de Coats, persistência do vítreo primário hiperplásico e retinopatia da prematuridade com descolamento de retina. Então no caso de alteração do reflexo, deve ser feita uma avaliação com o oftalmologista para que o mesmo faça o diagnóstico da doença responsável por essa alteração, por meio da clínica e análise do fundo de olho da criança.


Acadêmicos: Fillipe Laignier e Abner Machado


Referência:

BOWLING, Bradi & KANSKI, Jack J. Oftalmologia Clínica: Uma abordagem sistêmica. Editora Elsevier, 8 edição. 2016

Nenhum comentário:

Postar um comentário