Medicina para leigos - teste do reflexo vermelho (olhinho)
A visão é um órgão do sentido,
que possui um sistema altamente complexo a fim de permitir o completo
desenvolvimento neuropsicomotor do indivíduo e, principalmente, sua interação
com o meio. Então uma baixa capacidade visual já na infância, implicaria na
perda importante de aquisição das funções motoras, na linguagem e interação
social.
Outro importante ponto é que após
os primeiros 8, 9 anos de uma criança, uma doença que era reversível e
tratável, e que está afetando a visão, pode provocar uma baixa acuidade visual
para sempre. Isso acontece porque até essa idade a visão ainda está em desenvolvimento,
então, após esse processo, se a criança possuía algum comprometimento que
afetava a visão, o cérebro entende que não se enxerga daquele olho, gerando uma
alteração permanente, o que é chamado de ambliopia.
Para isso, faz se necessário um
rastreio, uma pesquisa nas crianças por alguma alteração, muitas vezes
congênita, e com esse intuito existe o teste do olhinho. Esse teste pode ser
feito por outros profissionais da saúde e usa uma fonte de luz vinda de um
aparelho chamado oftalmoscópio direto, posicionado a uma distância de
aproximadamente 30 cm de cada olho. Então, é possível visualizar o reflexo da
luz incidida no olho da criança, o qual, normalmente, é vermelho devido a
densidade de vasos sanguíneos na retina. Lembrando que a luz usada no aparelho
tem baixa intensidade e não provoca nenhum dano para a criança.
Esse reflexo estará preservado
quando as estruturas pela a luz passa estiverem com sua transparência natural,
são elas: a córnea, o cristalino e o humor vítreo. Quando essa transparência
não está normal, o reflexo deixa de ser vermelho para uma cor branca, chamada
de leucocoria. Essa alteração pode estar presente na catarata congênita,
retinoblastoma, toxocaríase, Doença de Coats, persistência do vítreo primário
hiperplásico e retinopatia da prematuridade com descolamento de retina. Então
no caso de alteração do reflexo, deve ser feita uma avaliação com o
oftalmologista para que o mesmo faça o diagnóstico da doença responsável por
essa alteração, por meio da clínica e análise do fundo de olho da criança.
Acadêmicos: Fillipe Laignier e
Abner Machado
Referência:
BOWLING, Bradi & KANSKI, Jack J.
Oftalmologia Clínica: Uma abordagem sistêmica. Editora Elsevier, 8 edição. 2016