quinta-feira, 28 de julho de 2016

CISTITE


Conceito
A cistite é a infecção do trato urinário inferior, acometendo a bexiga. Refere-se à presença de micro-organismos (geralmente bactérias) na bexiga, gerando sintomas incômodos no paciente.



Fisiopatologia

A fisiopatologia da cistite pode ser descrita como um desequilíbrio entre a virulência bacteriana e as defesas naturais do organismo, o que leva ao processo inflamatório e infeccioso. É mais comum em mulheres, já que os homens apresentam proteção anatômica (maior tamanho de uretra, o que dificulta do curso ascendente, flúido prostático, proteção da próstata por compressão). No entanto, quando presente em homens pode ser classificada como complicada.


Agentes etiológicos

Os agentes etiológicos mais frequentes são: a Escherichia coli, o Staphylococcussaprophyticus, espécies de Proteus e de Klebsiella e oEnterococcusfaecalis. A E. coli, sozinha, responsabiliza-se por 70% a 85% .


Sintomas


Sintomas clássicos são:
Disúria Dor à micção
PolaciúriaAumento das vezes de ida ao banheiro com diminuição do volume

Urgência miccionalvontade urgente de micção

E eventualmente dor supra púbica (referida por muitos pacientes como dor no “pé da barriga”) . Pode haver hematúria (sangue na urina), urina turva e odor fétido.

Diagnóstico 

A cistite aguda possui uma clínica muito clara e sugestiva, por isso a parte mais importante do seu diagnostico é a história dos sinais e sintomas e o exame físico. Na maioria dos casos em mulheres adultas o exame clínico pode autorizar o início do tratamento sem a necessidade de coleta de exames complementares. Entretanto, caso seja necessário o médico poderá solicitar alguns exames como EAS (exame de sedimentos anormais) ou até mesmo uma urocultura com antibiograma para conhecer o agente etológico e orientar o tratamento nos casos mais complicados. O EAS mostra leucocitúria ou piúria em 94% das cistites, mais de 10 leucócitos por campo de grande aumento ou oito piócitos por milímetro cúbico de urina. Para a realização desses exames utiliza-se a urina, sendo muito importante uma coleta eficiente do material para evitar contaminação e assim interferência no exame (Veja na imagem abaixo como fazer). Exames de imagem como o ultrassom, por exemplo, não são indicados.








Tratamento 

Medidas gerais como boa hidratação e esvaziamento adequado da bexiga são a principal orientação e analgésicos podem ser utilizados para o alívio da dor e dos sintomas irritativos.O tratamento das cistites infecciosas requer o uso de antibióticos que será prescrito com base na avaliação do médico em relação a história da doença, sexo do paciente, etc. Geralmente os medicamentos mais utilizados são ciprofloxacino, norfloxacino e sulfametoxazol + TMP. Especialmente nas mulheres, as recidivas podem ser freqüentes e mais graves, mas, se o tratamento for seguido à risca, a probabilidade de cura é grande. Por isso, é preciso TOMAR OS MEDICAMENTOS RESPEITANDO O TEMPO RECOMENDADO pelo médico mesmo que os sintomas tenham desaparecido com as primeiras doses.


Prevenção 



* Beba muita água. O líquido ajuda a limpar as vias urinárias;

* Urine com freqüência. Reter a urina na bexiga por longos períodos é uma contra-indicação importante. Urinar depois das relações sexuais favorece a eliminação das bactérias que se encontram no trato urinário;

* Redobre os cuidados com a higiene pessoal. Mantenha limpa a região da vagina e do ânus. Depois de evacuar, passe o papel higiênico de frente para trás e, sempre que possível, lave-se com água e sabão;

* Evite roupas íntimas muito justas ou que retenham calor e umidade, porque facilitam a proliferação das bactérias;

* Suspenda o consumo de fumo, álcool, temperos fortes e cafeína. Essas substâncias irritam o trato urinário;


* Troque os absorventes higiênicos com frequência para evitar o proliferação bacteriana.

terça-feira, 19 de julho de 2016

Hoje vamos falar de um tema delicado, mas de extrema importância para a saúde pública: DSTs e corrimento vaginal


Você sabe o que são DSTs?

DSTs ( Doenças sexualmente transmissíveis) são um grupo de doenças que podem ser transmitidas durante o ato sexual, seja por contato cutâneo direto, seja por secreções vaginais ou pelo sêmem. Devido a essa forma de transmissão elas são tema relevante de saúde pública, pois tem uma fácil disseminação, que é, entretanto, facilmente interrompida com cuidados sexuais durante o ato, como, por exemplo, o uso de preservativos (a famosa camisinha).

Quais são as principais DSTs?

As principais e mais famosas DSTs são a AIDS (transmitida pelo HIV), a sífilis, a gonorréia, a tricomoníase,entre outras, sendo que muitas dessas doenças podem alterar o corrimento vaginal.

Você sabe o que é corrimento vaginal?

Corrimento vaginal é uma secreção normalmente secretada na vagina da mulher (pelas glândulas de Bartholin e pelo colo do útero) com a função de lubrificar o canal vaginal. O corrimento normal é um líquido mucoso transparente ou branco podendo ser homogêneo ou grumoso, pois isso dependerá da fase do ciclo menstrual em que a mulher estará. Dependendo da mulher e da fase do ciclo menstrual, a quantidade de corrimento pode ser maior ou menor, e ele, geralmente, é inodoro ou tem pouco odor.

A alteração do corrimento vaginal é um grande sinal de que possa estar ocorrendo um processo patológico no canal vaginal da mulher, decorrente de uma infecção ou de um desequilíbrio dos microorganismos que já estão presentes no canal vaginal.

Como esse corrimento pode se alterar e quais doenças ele pode sugerir?

O corrimento pode-se alterar de diversas formas, o que pode sugerir diversas doenças, podendo ser DST ou não.Listaremos as três principais:
Corrimento aumentado, cinza ou branco, fino, com odor fétido de peixe sentido principalmente após o ato sexual, com pequenas bolhas e grudado na parede da vagina, mas saindo com facilidade pode ser sinal de VAGINOSE BACTERIANA, que não é uma DST.
Corrimento espumoso, profuso e amarelo-esverdeado além de eritema (vermelhidão, rubor) vaginal sugere: TRICOMONÍASE
Corrimento em pequena quantidade, aspecto de leite “talhado”, aparência de espesso a aquoso, de cor branca a amarelado e ausência de odores, além de prurido vaginal, dispareunia (dor durante o ato sexual), irritação vaginal e disúria (incômodo ao urinar) fala a favor de: CANDIDÍASE. A candidíase não é considerada uma doença sexualmente transmissível, no entanto pode ser transmitida através de relações sexuais.
É importante lembrar que o diagnóstico não se baseia apenas na alteração do corrimento, que é apenas um fator diagnóstico, pois pH vaginal, alterações vaginais, análise microbiológica do corrimento também são fatores importantes no processo de diagnóstico dessas doenças.


O que fazer se perceber uma alteração de corrimento vaginal?

Procure o médico clínico geral ou ginecologista o mais rápido possível e não use medicação sem prescrição médica! Se tiver relações sexuais, utilize preservativos para evitar a transmissão de uma possível doença ao seu parceiro.



Referência: 

Ginecologia Ambulatorial Baseada em Evidências Científicas, 2ª ed. Cap. 42, Aroldo Camargos, Victor Hugo de Melo, Márcia Mendonça Carneiro, Fernando Marcos dos Reis





quarta-feira, 6 de julho de 2016

O QUE É "DERRAME"?

O popular “derrame” na verdade é conhecido como AVE (acidente vascular encefálico) pelos médicos e profissionais de saúde, trata-se de um evento que pode ocorrer devido sangramento/hemorragia ou falta de sangue no cérebro ou tronco cerebral, estruturas que encontram-se dentro de nosso crânio.

O AVE trata-se da principal causa de morte no Brasil e no mundo desponta-se como a terceira maior causa, isso não significa que todas as pessoas que tiverem um AVE morrerão devido ao acidente, pois é possível que elas sobrevivam mais apresentem sequelas decorrentes do AVE como perda de força nos membros, paralisias na face e dificuldades de fala. Geralmente pessoas que sofrem um AVE podem passar por um mal súbito, perda de consciência, distúrbios da linguagem, perda de força, vômitos, náuseas, dificuldades visuais e também podem ter dor de cabeça.Se estiver perto de alguém com essas queixas é possível você ajudar e identificar o quadro basta pedir e realizar as seguintes ações com a pessoa:
Porém só saber identificar e como proceder no caso de um AVE não é suficiente, apesar de ser importante, é necessário também saber como evitar que isso aconteça conosco e com nossos familiares. Para prevenir precisamos evitar fatores de risco como: hipertensão, diabetes, fumo, hiperlipidemias, sedentarismo e álcool.



No que diz respeito ao tratamento deve-se ressaltar que quanto mais rapidamente o paciente for conduzido ao hospital após início dos sintomas maior será a chance de se obter sucesso e impedir possíveis sequelas e até mesmo a morte. Geralmente no hospital o paciente será diagnosticado, estabilizado e se for o caso poderá receber medicamentos ou até mesmo ser conduzido para uma cirurgia.



Leitura complementar: 

Santos, Adrialdo José, et al. "Acidente vascular cerebral isquêmico após quimioterapia com cisplatina, etoposide e bleomicina Relato de caso." ArqNeuropsiquiatr 61.1 (2003): 129-133.

GOLDMAN, Lee. Cecil Medicina/Lee Gldman, Denis. Ausielo. Medicina Interna [tradução Adriana PitelaSudre, et al] 23ª edição. Rio Janeiro: Elsevier, 2009. Ministperio da Saúde, Manual de rotinas para atenção ao AVC, 2013. 

sábado, 2 de julho de 2016

O QUE É MICOSE? COMO SE PREVINIR?


Micoses são infecções causadas por fungos que atingem a pele, as unhas e os cabelos. Na verdade, alguns tipos de fungos vivem naturalmente em nosso corpo sem causar qualquer tipo de sintoma. No entanto, se eles começam a se reproduzir rapidamente podem causar doenças. Os fungos se alimentam da queratina presente em nossa pele, unhas e cabelos. Quando encontram condições favoráveis, como calor, umidade, baixa de imunidade ou uso de antibióticos sistêmicos por longo prazo, estes fungos podem se proliferar. Os tipo mais frequentes de micose são Ptiríase versicolor, as tineas e as onicomicoses.


A Ptríase versicolor, popularmente conhecida como “pano branco” é causada por fungos do gênero Malassezia, apresenta-se clinicamente como manchas brancas, descamativas, que podem estar agrupadas ou isoladas, e normalmente surgem na parte superior dos braços, tronco, pescoço e rosto, que raramente coçam. Ocasionalmente, podem se apresentar como manchas escuras ou avermelhadas. É mais comum em adolescentes e jovens, sendo que pessoas de pele oleosa estão mais suscetíveis a apresentar este tipo de micose. O tratamento pode ser feito com medicamentos tópicos ou orais. No entanto, esta micose pode voltar ao corpo por várias vezes.

Tineas são doenças causadas por um grupo de fungos que vive às custas da queratina da pele, pelos e unhas. Esses fungos podem ser encontrados em animais, no solo e até mesmo no homem. Manifestam-se como manchas vermelhas de superfície escamosa, crescimento de dentro para fora, com bordas bem delimitadas, apresentando pequenas bolhas e crostas e o principal sintoma é coçeira. Quando acomete os pés, a tinha pode ser chamada de “pé-de-atleta”, mas elas podem aparecem em qualquer lugar do corpo. Nas crianças, é comum que apareçam no couro cabeludo.


As onicomicoses são as micoses das unhas, tanto dos pés quanto das mãos. A unha se torna mais grossa e descolada, podendo haver mudanças em sua cor e forma. Geralmente começa como uma mancha de cor clara pequena. Conforme se espalha, a cor se altera e a unha torna-se mais espessa e mais frágil. Muitas vezes, é doloroso e recorrente.


A candidíase é a infecção causada pela candida que pode comprometer isoladamente ou conjuntamente a pele, mucosas e unhas. É um fungo oportunista, e dessa forma, existem situações que favorecem seu desenvolvimento, como baixa da imunidade, uso prolongado de antibióticos, diabetes e situação de umidade e calor. Pode se manisfestar de diversas formas, como placas esbranquiçadas na mucosa oral, comum em recém-nascidos (“sapinho”); lesões fissuradas no canto da boca (queilite angular) mais comum no idoso; placas vermelhas e fissuras localizadas nas dobras naturais (inframamária, axilar e inguinal), ou podem envolver a região genital feminina (vaginite) ou masculina (balanite), causando coceira, manchas vermelhas e secreção vaginal esbranquiçada. No tratamento da candidíase, deve-se sempre considerar os fatores predisponentes, tentando corrigi-los. Antifúngicos tópicos e sistêmicos devem ser empregados sob orientação médica.



O tratamento das micoses é variável. As tinhas tendem a ter tratamentos mais curtos e as onicomicoses mais prolongados. As micoses são tratadas com uma variedade de drogas antifúngicas. O tipo que você usa depende de onde a infecção está localizada e o quão grave ela é. Para infecções superficiais, você pode usar um creme antifúngico. Infecções mais graves, incluindo aquelas que afetam as unhas, podem exigir comprimidos orais ou injeções. Somente um médico pode dizer qual o medicamento mais indicado para o seu caso, bem como a dosagem correta e a duração do tratamento. É importante não interromper o tratamento mesmo que os sintomas tenham terminado, pois o fungo das camadas mais profundas pode resistir.
Os hábitos higiênicos adequados são importantes na prevenção das micoses. Use somente o seu material de manicure. Seque-se sempre muito bem após o banho, principalmente as dobras, como as axilas, as virilhas e os dedos dos pés. Evite o contato prolongado com água e sabão. Evite andar descalço em locais que sempre estão úmidos, como vestiários, saunas, lava-pés de piscinas. Evite ficar com roupas molhadas por muito tempo. Não compartilhe toalhas, roupas, escovas de cabelo, bonés, eles são maneiras de transmitir doenças. Evite usar calçados fechados por longos períodos e opte pelos mais largos e ventilados. Evite roupas muito quentes e justas e também tecidos sintéticos, pois eles absorvem o calor e o suor e prejudicam a transpiração da pele.






Leitura Complementar: