sexta-feira, 28 de outubro de 2016

INSÔNIA 

A insônia é a dificuldade de iniciar ou manter o sono ou insatisfação com a qualidade do sono e que pode interferir no desempenho das atividades sociais e cognitivas. Alguns sintomas são encontrados, como: alterações cognitivas; fadiga durante o dia; menor produtividade seja no trabalho ou nas atividades diárias de modo geral; desocupação e ausência, principalmente quando relacionado ao trabalho; distúrbios de humor; ansiedade; relações familiares e sociais prejudicadas; e acidentes no trabalho. Esses sintomas devem ocorrer pelo menos três vezes por semana por um período mínimo de um mês e estarem associados com sofrimento importante e/ou com prejuízo no funcionamento social e ocupacional do indivíduo.

A hipervigilância é fisiologicamente manifestada em pacientes com insônia por uma taxa metabólica corporal aumentada, por elevações no nível de cortisol e pelo aumento do consumo de glicose cerebral.

A insônia consiste em uma das queixas mais comuns de distúrbio do sono e sua prevalência é de 10 a 40% na população em geral. A prevalência das queixas aumenta com a idade e é maior entre mulheres, divorciados, viúvos e indivíduos com baixo nível socioeconômico e educacional. Os adultos jovens queixam-se com maior frequência de dificuldades para conciliar o sono, ao passo que os indivíduos de meia-idade e os idosos estão mais propensos a apresentarem dificuldades com a manutenção do sono e despertares precoces nas primeiras horas da manhã.

Há algumas comorbidades associadas com a insônia, como: Síndrome da má adaptação em turnos (que consiste no trabalho realizado em horários diferentes dos habituais, que possui interferência na sobrecarga física, emocional e psicológica, estresse, doenças ocupacionais e sono); Distúrbios psiquiátricos (transtorno de ansiedade, depressão, agorofobia e fobia social); Distúrbios do sono (síndrome das pernas inquietas, apneia do sono, distúrbio do ritmo circaidiano e etc); e Problemas de saúde em geral. 

Deve­-se questionar os pensamentos e comportamentos da pessoa. Em relação às horas antes de deitar, enquanto na cama tentando dormir e circunstâncias do despertar noturno. Realizar um diário do sono, documentando o ato de deitar diário, número de despertares durante a noite e vigília é uma estratégia recomendada. Durante um período de 2 a 4 semanas pode-­se identificar se o indivíduo passa um tempo excessivo na cama, se esse período é irregular e os padrões de sono.

A polissonografia não é indicada na avaliação de rotina da insônia, pois o diagnóstico é feito clinicamente, exceto na suspeita de apneia do sono, de distúrbio de movimentos periódicos dos membros ou de parassonias prejudiciais. Nos indivíduos em quem as abordagens habituais para manejo e controle da insônia não tiverem sucesso pode-­se considerar a realização de polissonografia. 

Existem diversas classificações e definições para insônia, dentre elas a mais utilizada pelos profissionais da Medicina do Sono é a classificação da International Classification of Sleep Disorders (ICSD). Esta caracteriza a insônia levando em consideração três critérios. Sendo que uma dessas características deve estar presente para o diagnóstico de transtorno de insônia.

1) Queixa de dificuldade para iniciar ou manter o sono, despertar precoce ou sono cronicamente não restaurador e de qualidade ruim.

2) Os sintomas citados no primeiro critério acontecem apesar de existirem condições adequadas para o sono.

3) Presença de algumas queixas que estão relacionadas às dificuldades do sono, como: fadiga; déficit de atenção; concentração e memória; disfunção sexual, profissional e acadêmica; irritabilidade; sonolência excessiva diurna; falta de motivação e energia; propensão a erros, acidentes no trabalho ou na condução de veículos; cefaleias; tensão e sintomas gastrointestinais; e preocupação com o sono; 

A insônia pode ser classificada ainda como aguda (i.e., por menos de 2-3 semanas) ou crônica (i.e., que ocorre várias vezes por ano por pelo menos 2 anos, tendo cada episódio duração mínima de 3 dias). A insônia aguda é geralmente causada por um fator identificável, ao passo que a causa da insônia crônica é, em geral, mais complexa e sua investigação exige uma abordagem clínica sistematizada.

Além disso, a insônia pode ser classificada como leve, moderada ou grave de acordo com a intensidade sintomatológica e com o prejuízo psicossocial a ela associados. A insônia também pode ser descrita como primária ou como secundária. Por definição, a insônia primária não ocorre durante o curso de outro transtorno do sono ou de outro transtorno mental, nem se deve aos efeitos fisiológicos diretos de uma substância ou de uma condição médica geral. A insônia secundária, por sua vez, é causada por um algum fator identificável (geralmente uma condição médica ou psicológica) e apresenta uma prevalência significativamente maior do que a da insônia primária. 

O tratamento da insônia primária inclui: higiene adequada do sono (evitar comportamentos e/ou aliviar condições incompatíveis com o sono reparador e a estabelecer um hábito regular de sono), terapia cognitiva e de conduta e uso de fármacos hipnóticos. Entre esses últimos, se destacam o zolpidem e a zopiclona, que melhoram significativamente o sono sem alterar sua estrutura ou induzir a uma reincidência da insônia logo após uma interrupção brusca. Além disso, o desenvolvimento de fármaco-dependência e de vício é muito pouco freqüente.

No tratamento da insônia secundária é necessária uma intervenção que atue na condição médica ou psicológica que a mantém. O tratamento medicamentoso é norteado pela condição primária apresentada pelo paciente. No caso do paciente apresentar um transtorno depressivo ou ansioso, a primeira escolha reside em um fármaco antidepressivo. Se o quadro for de psicose podem ser utilizados antipsicóticos com características sedativas. Os pacientes que apresentam insônia situacional auto-limitada (e.g., antes de um procedimento cirúrgico ou de uma viagem intercontinental), podem utilizar um benzodiazepínico hipnótico ou um fármaco não-benzodiazepínico a curto-prazo. Quando o paciente não responde a essas medicações, o uso de agonistas do receptor benzodiazepínico está indicado.

Ligantes Caio Sena e Renata Germini. 

RERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

1) Berlim MT, Lobato MI, Manfro GG. Diretrizes e algoritmo para o manejo da insônia. In: Cordiol AV, colaboradores. Psicofármacos: consulta rápida 4 [internet]. Porto Alegre; 2005. Acesso em 25/10/2016. Disponível em: http://www.ufrgs.br/psiquiatria/psiq/Diretrizes%20para%20Insonia%20final.pdf

2) Kubota AMA et al. Aspectos da insônia no adulto e a relação. Rev Ter OcupUniv São Paulo. 2014 maio/ago.;25(2):119-25. Acesso em 25/10/16. Disponível em: http://www.revistas.usp.br/rto/article/view/64660/88127.

sábado, 22 de outubro de 2016

ASMA  

  

SINTOMAS E GATILHOS 

Conhece alguém que tenha falta de ar, tosse crônica, chiado no peito, ou sente dificuldade para respirar principalmente à noite ou pela manhã?! Essa pessoa pode ter asma! 
Asma é uma doença inflamatória crônica das vias aéreas. O pulmão do asmático é diferente de um pulmão saudável, como se os brônquios dele fossem mais sensíveis e inflamados - reagindo ao menor sinal de irritação.Os sintomas podem aparecer e desaparecer espontaneamente ou com tratamento. Quase sempre estão associados ao contato com agentes irritantes, chamados de “gatilhos”. São exemplos de gatilhos: poeira doméstica, mofo, pêlos de animais, grãos de pólen, ácaros, fumaça de cigarro, perfume, entre outros. Além desses, outros fatores também podem provocar sintomas, como frio intenso, exercício físico, resfriado, gripe e até alterações emocionais e o choro… se identificou?! Calma! Vamos entender melhor a doença e como podemos tratá-la… 

MECANISMO DA ASMA 

O mecanismo causador da doença envolve uma resposta exagerada das vias aéreas inferiores (da laringe até os pulmões) aos agentes irritantes. Entenda que não são todas as pessoas que têm essa resposta exagerada, que depende de uma predisposição genética associada a um fator ambiental… 
Então, o que ocorre com os asmáticos em contato com esses gatilhos? 
Na tentativa de impedir a passagem desses agentes, o organismo tenta se defender de algumas formas: 

● Quando estes chegam aos brônquios - ‘tubos’ que conduzem o ar até os pulmões - a musculatura lisa se contrai para impedir sua passagem. 

● Simultaneamente, células de defesa do organismo migram a fim de neutralizar o agente considerado como agressor. 

Mas isso seria bom, certo!? Como já foi dito, essa resposta é exagerada…acumulam-se mediadores inflamatórios e anticorpos que agridem estes agentes, mas agridem também a mucosa que reveste os brônquios. Assim sendo, há um estreitamento do tubo condutor de ar pela contração muscular e aumento da espessura pela reação inflamatória cronificada. 
Isso altera a função dos cílios que existem nesse tubo, o que é um grande problema! A produção de muco (o “catarro”) está aumentada, e os cílios seriam essenciais para sua eliminação. Ou seja, o catarro vai se acumular nas vias aéreas. 
Este estado de hiperreatividade culmina com o fechamento dos brônquios dificultando muito a passagem de ar, causa o chiado, a sensação de respiração pesada e tosse ainda na tentativa do organismo de eliminar o excesso de muco.


TRATAMENTO 

O tratamento da asma conta com a sua parte e a do seu médico! Você precisa tomar certos cuidados, além de seguir à risca o que médico irá receitar. ATENÇÃO: Tratar da asma persistente requer paciência e dedicação! Nunca interrompa, nem altere o tratamento por conta própria! 

Mesmo depois que conseguir controlar os sintomas, é preciso manter a medicação por um período aproximado de 03 a 06 meses, só então o médico irá aos poucos diminuir as doses. 

Os remédios para asma são divididos em basicamente dois tipos: 

1) medicamentos para dilatar os brônquios e melhorar os sintomas durante as crises. Esses remédios podem ser:
A) de curta duração, com ação que dura de 04 a 06 horas. 
B) de longa duração, com efeitos de até 12 horas. 

2) medicações usados na manutenção do tratamento e na prevenção dos sintomas. São drogas com propriedades anti-inflamatórias introduzidas precocemente nos casos de asma persistente para preservar a função pulmonar. 
Se a asma for persistente, peça ao seu médico um plano escrito com as medidas que você deve tomar em caso de crise ;)

 CRISE DE ASMA

Os sintomas típicos da crise asmática são sensação de asfixia ou falta de ar, tosse seca, ‘chiados’, sensação de peso no peito.
Fique atento a alguns sinais e sintomas que servem de alerta e te indicam maior gravidade da crise: 

● Temperatura axilar maior que 37ºC;

● Frequência cardíaca alterada;

● Queda da pressão arterial;

● Incapacidade de ler uma frase inteira com uma única inspiração de ar;

● Respiração superficial e silenciosa;

● Cianose (coloração azulada das extremidades);

● Exaustão;

● Confusão mental. 

NÃO PERCA TEMPO, PRONTO SOCORRO OU ASSISTÊNCIA MÉDICA IMEDIATAMENTE! 

CONVIVENDO COM A ASMA 

A asma é uma doença que não apresenta cura, porém pode ser controlada de modo que permita uma vida normal. Medidas básicas precisam ser tomadas, tais como:

● Reconhecer os fatores que causam as crises e evitá-los;

● Retirar cortinas e tapetes que acumulam poeira;

● Evitar vassouras e espanadores - aconselha-se que a limpeza da casa seja feita com pano úmido;

● Expor travesseiros, roupas de cama e colchões ao sol para evitar o crescimento de fungos e ácaros;

● Evitar contato com animais de estimação como cães e gatos;

● Evitar usar perfumes, produtos de limpeza, fumaça e roupas ou livros mofados;

● Beber muita água, para fluidificar secreções e facilitar a sua eliminação;

● Realizar exercícios que estimulam a musculatura respiratória, como a natação;

● Controlar a ansiedade, pois esta agrava a falta de ar nas crises;

● NÃO FUMAR - estudos comprovam que pacientes asmáticos são muito mais propensos a desenvolver outras doenças pulmonares quando são tabagistas

 DIFERENÇAS ENTRE ASMA E BRONQUITE

Mas isso aí está muito parecido com aquela tal de bronquite né?! Ambas as doenças apresentam sintomas semelhantes, como tosse, chiado e broncoconstrição. 
As crises de asma surgem e desaparecem, apenas aqueles com asma moderada ou grave que apresentam sintomas contínuos. Ao passo que na bronquite, a tosse possui um caráter contínuo, produtivo, secretivo e permanece por um período superior a três meses por mais de dois anos consecutivos. 
É importante sempre manter-se atento ao tipo de tosse, no motivo que desencadeou a tosse, há quanto tempo ela se iniciou, qual sua duração e quais outros sintomas estão associados.








domingo, 2 de outubro de 2016

CONVULSÕES 

    O que é convulsão? 
    A crise convulsiva ou convulsão é uma manifestação de um aumento excessivo e desordenado da atividade elétrica das células cerebrais, nesse caso os neurônios.
É importante esclarecer que o termo “convulsão” não é sinônimo de “epilepsia”. Epilepsia é uma doença específica, que predispõe a pessoa a convulsões, as quais podem ocorrer por diversas causas!

        Então o que pode causar uma convulsão? 

  • doenças, além da epilepsia podemos destacar: 
  • meningites, 
  • encefalites, 
  • tétano, 
  • tumores cerebrais, 
  • infecção pelo HIV.
  • febre alta em crianças com menos de cinco anos
  • Traumas cranianos; 
  • abstinência após uso prolongado de álcool e de outras drogas, ou efeito colateral de alguns medicamentos; 
  • distúrbios metabólicos, como: 
  • hipoglicemia, 
  • diabetes, 
  • insuficiência renal
  • Insolação;
  • Choque elétrico;
  • Perda excessiva de sangue;
  • falta de oxigenação no cérebro.


Emoções intensas, exercícios vigorosos, determinados ruídos, músicas, odores ou luzes fortes podem funcionar como gatilhos das crises.

Como reconhecer? 
As convulsões podem ser de dois tipos: 
parciais/focais: quando apenas uma parte do cérebro é atingida pela descarga de impulsos elétricos desorganizados, causa uma crise cujos sintomas dependem da área cerebral afetada; ou 
generalizadas: quando os dois hemisférios cerebrais são afetados. Nesse episódio pode ocorrer: 
• perda súbita de consciência, associada a movimentos desordenados, repetitivos e rápidos de todo o corpo. Além disto, podem estar acompanhada de aumento da salivação, ranger de dentes, perda do controle do processo urinário e defecação.
• na fase pós-convulsiva: sonolência, confusão mental, agitação, flacidez muscular e cefaleia, sinais de

O que fazer? 
A crise convulsiva não é um processo contagioso ou transmissível, sendo assim, não há qualquer risco para aquele que auxilia um indivíduo nesta condição.

Mantenha-se calmo e acalmar as pessoas ao seu redor;
Se possível, evite que a pessoa caia bruscamente ao chão;
Afaste objetos para evitar que a vítima se machuque ao se debater;
Utilize material macio para acomodar a cabeça do individuo, como travesseiro ou casaco dobrado;
Posicione o indivíduo de lado de forma a evitar aspiração com o excesso de saliva ou vômito (pode ocorrer em alguns casos);
Afrouxe um pouco as roupas para que a pessoa respire melhor;
Permaneça ao lado da vítima até que ela recupere a consciência;
Ao término da convulsão a pessoa poderá se sentir cansada e confusa, explique o que ocorreu e ofereça auxílio para chamar um familiar.
Muito importante marcar o tempo de duração da crise convulsiva!!! 
O estado de mal epiléptico é a ocorrência de crises epiléticas prolongadas (acima de 5 minutos) ou repetitivas, persistindo por 30 minutos ou, que não permitem a recuperação da consciência entre os eventos. 
Se estado de mal epilético, vítima gestante, dificuldade respira ou sinal de traumatismo, CHAME AJUDA: Ligue 192! 

O que não fazer? 
Não impeça os movimentos da vítima, apenas se certifique de que nada ao seu redor irá machucá-la;
Nunca tente puxar a língua da vítima, nem tente colocar algo dentro de sua boca;
Não jogue água no rosto da vítima;